Como havia dito antes, minha família tentou me impedir de
surtar e a atitude deles foi me mandar para um manicômio.
Nesse momento eu estava sendo levado para o Hospício
Burnhills (na verdade esse era o nome dado pelos internos ao hospício, seu nome
verdadeiro será mantido em sigilo) onde minha primeira aventura aconteceria.
Quando cheguei lá parecia um hospício “comum”, e eu achava
que era o único são ali. Isso até conhecer a Anna, uma pobre garota superdotada
cujos pais sem instrução julgaram louca e a internaram. Anna era muito
inteligente e estudiosa, portanto sabia de tudo sobre o Burnhills.
Tratei de me aproximar logo dela, para ver o que ela sabia e
para minha surpresa o Burnhills escondia uma lenda: Aquele hospício abrigava
algumas pessoas que já haviam cometido assassinato, mas raramente essas pessoas
passavam mais de 1 mês vivas lá dentro. Após uma semana já havia percebido que
entre 17:00 e 18:30h toda a equipe que trabalhava simplesmente se recolhia, e
nesse mesmo horário eram relatadas as mortes. Como eu costumava ficar no
dormitório, não via muito além disso.
Em um certo dia comecei a sentir uma tontura horrível e meu
nariz teve um pequeno sangramento, tudo que me lembro e dos enfermeiros me
acordando e tirando do chão para me levar para a enfermaria, pude notar na
parede do quarto algo desenhado, parecia um círculo com um grande X vazando
dele.
Naquele momento alguém gritou de longe: “Corram! Já são 17:00h!”
e então os enfermeiros me largaram no chão e correram. Naquele momento Anna
apareceu e me ajudou a ir para o que ela chamou de quarto de escape. Em seguida
ela me empurrou para baixo de uma cama, que parecia maior que as outras. Sem
entender a razão de tudo aquilo perguntei a Anna o que estava acontecendo. Ele
então apontou para alguns símbolos estranhos entalhados embaixo da cama e
começou a falar:
“Pelo visto você não sabe nada sobre o Burnhills. Todos os
dias nesse horário os enfermeiros se escondem em quartos que possuem símbolos como
esses nas portas, eles nos tornam invisíveis para os fantasmas. Quando uma
pessoa comete assassinato e é mandada para cá, o fantasma de quem foi morto tem
a chance de ter sua vingança aqui. Nesse horário eles simplesmente aparecem
aqui e perseguem seus assassinos para dar o troco, mas as vezes alguns deles
estão tão obcecados que acabam ceifando alguns não culpados. Essa cama nos
protege deles também, mas por ser pequena poucos que conseguem chegar aqui se
salvam.”
Naquele momento começou uma gritaria vinda do corredor. Olhamos
para a porta para vermos uma garota tentar se jogar embaixo da cama em que estávamos,
e logo atrás dela estava a fantasma, enfurecida, perseguindo-a, tentando
pegá-la a todo custo. Na verdade ela conseguiu e tudo aconteceu bem em cima da
tal cama. Ouvimos o silenciar e ficamos todos nervosos. De repente vimos aquela
figura que era agressiva sair de cima da cama e dirigir-se para a porta. Não
sei ao certo o que me levou a fazer aquilo, mas saí da cama e a chamei. Ela
continuou andando. Eu estava sob muito stress pois já havia sangrado, desmaiado
e assistido um assassinato bem perto de mim. Juntei minhas forças e gritei
chamando-a novamente.
Não sei ao certo o que aconteceu, mas o grito foi tão forte
que pude ver seu espectro ter uma leve distorção. Nesse momento ela parou e se
virou para mim. Em menos de um piscar de olhos aquela figura que estava a 10
metros de distancia apareceu a menos de um palmo da minha cara. Nos encaramos
por alguns segundos até que ela falou: “Você é diferente. Meu nome é Landaw.
Muito prazer em conhecer você!”. Não muito certo do que estava acontecendo eu a
respondi dizendo meu nome e um muito prazer. Então ela sumiu.
Nos dias que se seguiram eu preferi ficar na cela para a
qual eu tinha sido transferido. Nesse mesmo período de tempo Landaw ia me
visitar para conversarmos. A garota que a matou era uma amiga muito invejosa,
pois Landaw era rica e muito educada e insistia em sair com pessoas que sua
família não aprovava. Essa garota era uma dessas pessoas. Foi nesse período que
meu medo e sentimento de vingança pela criatura sem face, passaram a ser
admiração e respeito. Existia um mundo sobrenatural lá fora e eu queria o
conhecer. Só não tinha expectativa de como.
Ao completar 2 meses lá dentro, finalmente vi minha
liberdade chegar. Foi quando alguns membros da Organização SCP vieram me
buscar. Me despedi de Landaw, mas com a certeza de que voltaria a vê-la.
A SCP me tirou de lá com documentos e licenças que nunca
havia ouvido falar antes, mas ninguém questionou. Eles também levaram a Anna
para trabalhar no mesmo projeto que eu.
Ao entrar no carro lembro-me de ter suspirado algo como: “Finalmente
livre!” e de ter ouvido de um dos agente: “Daqui a um tempo você vai estar
pedindo para voltar.”. Nesse momento o homem sentado no banco da frente
resmungou: “ Cale-se, você não sabe do que esse garoto é capaz.”. Bom, naquele
momento nem eu sabia o que eu aprenderia a fazer...
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