Não tive muito tempo para pensar.
Ao me virar só puder ver aquele tentáculo negro vindo em
direção a meu rosto. Minha única saída era me jogar da sacada e o fiz. Não era
possível, eu li B.O.B. na ficha, mas eu não era cego. Aquele que me atacou era
quem eu mais queria ver.
Slender Man, finalmente a hora da minha vingança tinha
chegado!
Espere um pouco. Eu ouvi um grunhido. O Slender não
produz tal barulho. Até parece que alguém queria que eu estivesse ali e
pensasse que fosse outra criatura. Aquele encontro havia sido planejado por
alguém, mas nesse momento não importa. Eu estava onde queria.
Cai no chão, mas logo me levantei e corri para dentro da
casa, já me deparando com a criatura que estava na sala.
Nos encaramos por alguns segundos. Ela parecia querer
entender quem eu era. E eu por minha vez planejava todos os golpes que daria na
criatura. Estava tão concentrado nos meus planos que não percebi o sangramento
em meu nariz. Lá estava eu novamente enfraquecendo diante de quem não moveu um
dedo pra cima de mim.
Estava já perto de desmaiar quando atentei que ainda
usava os óculos. Eu achava que não ia conseguir muito mais, então removi o que
prendia minha interferência e olhei a criatura na face. Sei que se ele tivesse
olhos estaria olhando profundamente nos meus.
Sua atitude mudou, ele agora parecia tentar entender quem
era que o olhava exatamente como ele olhava. Ele agia como um animal que é
lançado contra uma criatura que o ameaça e se sente ameaçado.
Era minha vez! Aparentemente ao liberar minha
interferência senti redução no efeito da interferência do Slender sobre mim. Me
permiti um impulso em direção a criatura, corri já cerrando meu punho para dar
um soco, quando ele apenas sumiu. Por sorte o que tenha quebrado a porta,
espalhou muitos cacos de vidro pelo chão. Ouvi um pedaço se quebrando e me
joguei a tempo suficiente de evitar um tentáculo, mas não o suficiente de
evitar o segundo, quem me acertou em cheio no ombro me fazendo cair. Tentei
levantar mas logo outro tentáculo acertou-me na face quase me desmaiando. Pude
sentir o último tentáculo envolver meu pescoço e erguer meu corpo, me
sufocando.
Num último suspiro, agarrei sua gravata. Qual não foi
minha surpresa em sentir um tentáculo perfurar meu ombro como um tiro certo. O
grito que dei foi absurdamente alto, e só naquele momento me lembrei do que
aconteceu na época de Landaw. O grito intensificou minha interferência, que o
assustou e o fez desaparecer novamente.
Estava lá largado no chão da mansão, sangrando pelo nariz
e pelo estrago que havia agora em meu ombro. Foi quando pude ouvir sirenes e
pessoas se aproximando. Era uma equipe da Fundação indo me resgatar.
Acordei já no conforto do lar. Uma maca na enfermaria da
SCP. Dessa vez nem Anna nem Guurg vieram ao meu encontro. Apenas um grupo de
cientistas e a Diretoria. Perguntei o que havia acontecido e o Presidente na
minha cara respondeu que eu devia ter pego a ficha de arquivo errada em cima da
mesa. O detalhe é que só havia uma única ficha. Algo estava muito errado com
essa história, mas até conseguir o que eu queria não iria sair de lá.
Pedi para me mandarem numa missão em caça ao Slender e
pela primeira vez eles concordaram. Disseram que não havia interesse em se
aproximar do Slender antes, mas devido a uma quebra no equilíbrio, algumas
criaturas estavam se comportando estranhamente. Só não tinha condição de fazer
nada naquele momento.
A dor que sentia era diferente de uma dor normal. Ela
doía num lugar não palpável, como se o medo e o terror pulsassem dentro de mim.
Mais resultados de exames chegaram. O diagnóstico foi terrível: o contato
direto e prolongado com o Slender fez com que aquela doença piorasse
consideravelmente. Nem os comprimidos Panacea (SCP-500) seriam eficazes contra
aquilo. Ou seja, no fim das contas eu estava para morrer. Legal isso não?
Já desestimulado com tudo aquilo, decidi me manter na
cama e apenas esperar os dias passarem, até algo me acontecer.
O que eu mais estranhava era que todos diziam que Anna e
Guurg estavam lá, mas em momento nenhum recebi uma visita deles. Certo dia um
jovem que se apresentou a mim como Dark Hunter me deu um livro para passar o
tempo, o livro se chamava: Entendendo o funcionamento do SCP-2559. E haviam
gatos na capa.
Perguntei a ele que piada era aquela e ele me disse que
além de achar que olhar animais fazia as pessoas se sentirem melhor, disse que
de onde menos se espera vem a ajuda. Não dei ouvidos.
Alguns dias após estava com sangramentos fortes pela boca
e nariz. O lugar onde o tentáculo havia me acertado também minava sangue. Acho
que estava perto da minha hora. Pode parecer piada mas peguei o livro e comecei
a ler e ver as fotos dos animais. Era isso! Talvez houvesse algo mais nessa
dimensão, a minha cura poderia estar lá!
Me arrastei até a máquina para ligá-la tentando não
chamar atenção de ninguém. Segui os procedimentos para ligar a máquina que
tinha um contêiner onde os objetos eram teleportados. Ao ligar ela fez um
barulho muito alto, quase ensurdecedor, gritei de dor nos ouvidos e mais uma
vez outra dose de interferência foi liberada afetando o funcionamento da
máquina. Eu achei que não era nada demais. Me preparei para ir ao contêiner
quando em cima apareceu a mensagem na tela: Teleporte Concluído!
Me aproximei do contêiner o suficiente para ver sua porta
começar a abrir por dentro...
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ResponderExcluirSCP-2559? Nunca ouvi falar desse...
ResponderExcluirBem, mas se ele é mesmo um portal, e foi ativado pela interferência do MH, acho que o slener vai fazer uma última aparição antes de ser derrotado...
"Haviam gatos na capa"...
ResponderExcluirÉ gente, a maquina é oficialmente um instrumento do capiroto em si!