quinta-feira, 20 de junho de 2013

# relato 4: Primeiras Instruções

Alí estava eu, diante daquela escadaria escura, sem fazer ideia do que esperar. Tentei chamar pelos agentes, mas não obtive sucesso. Não sabia ao certo o que esperar daquilo tudo, afinal era a primeira coisa que eu tinha visto desde meu alojamento na SCP. Eu esqueci de mencionar esse detalhe, os cientistas estavam me mantendo quando em contato com outras pessoas com uma venda sobre os olhos. Segundo eles todo o processo de stress causado pelo encontro com Landaw, a chegada na SCP e os estresses das análises e testes em mim haviam desencadeado um processo de interferência. Em teoria a minha interferência estava “ligada” o tempo todo. Era um ponto negativo para contrabalancear com o fato de ser um Proxy 100% consciente.
Mas voltando a minha “aventura”. Pensei que não haveria outra saída senão descer as escadarias até o fim e encontrar a cela onde o fantasma estava aprisionado. Como eu estava errado. À medida que eu descia, minha visão ia se acostumando com a escuridão e a lanterna com pouca luz estava dando sua ajuda. Afinal, quantos andares essa escadaria possuía? Continuei descendo até que ao fazer a descida do andar 14 para o15 tive uma inesperada surpresa. Pude ver de forma rápida um vulto negro se aproximar de mim com velocidade, o pior foi a sensação que senti quando aquilo atravessou meu peito. Pude sentir a pior sensação do mundo, algo que poderia ser comparado a própria morte. Era uma sensação de desespero e angústia, ao mesmo tempo que havia um queimar intenso no meu peito. Quase caí, mas por sorte foi tudo muito rápido. Não sabia ao certo o que estava acontecendo naquele lugar, mas estava torcendo para o fantasma não ser pior do que aquilo. Seguiram-se os andares de forma mais tranquila. Eu estava começando a me acalmar novamente, se eles achavam que esse era o estímulo adequado para conseguir outro efeito de grito, estavam bem errados.
20,21,22,23,24,25,26... no andar 27 tive outra surpresa com outro vulto daqueles, a sensação foi muito pior. Assim como um machucado que você acha estar bom e leva uma pancada forte logo em cima e você sente bem mais dor que o machucado inicial, esta foi minha sensação. Lembro-me de ter caído no chão com os olhos lacrimejando e a boca salivando e de ter ficado encolhido no chão por uns 5 minutos. Quando consegui reunir minhas forças novamente, decidi encarar o tal fantasma, ou pelo menos tentar. Foi quando cheguei ao 50º andar. O corpo já cansado e a cabeça sem pensar direito deram de encontro com algo diferente.  No  meio de tanta escuridão havia uma face, não muito nítida, mas estava lá. É isso, eu cheguei até algum agente que vai me ajudar!
Não. Tudo com o que me deparei ao ir me aproximando era aquela coisa bizarra, aquela face branca com feição de um morto e aquele corpo deformado formado por um vulto negro, era ele. Eu estava de frente ao SCP-87. Não havia nada a perder então tentei lançar meu grito sobre a criatura. Nesse momento luzes fortes se acenderam me cegando. Uma voz disse: “BRAVO! BRAVO! Você realmente é um rapaz de coragem!”. Eu me perguntava o que estava acontecendo enquanto a venda me era posta sobre os olhos novamente e eu era retirado daquele lugar.
Chegando a uma sala começaram a explicação. Nunca estive dentro do SCP-87 de verdade, aquilo era uma simulação dos efeitos do mesmo para ver até onde eu iria. Eles disseram que era perigoso demais expor um agente a uma situação daquelas sem treino adequado e que eles também não iriam querer danos ao 87. Também falaram que haviam criado a solução para o problema da interferência nesse tempo. Foi quando fui apresentado ao meu novo óculos escuro! Pude tirar a venda e tê-lo colocado em meu rosto. Abrir os olhos foi uma sensação muito agradável. Poder ver os que me cercavam e qual não foi o alivio ao ver um rosto familiar. Anna estava lá, já engajada nos projetos da SCP.
Fui instruído sobre os óculos e para nunca tirar ele. Ele possuía 2 funções: Por dentro me dar visão noturna e informações quando necessário e por fora conter toda a interferência que eu gerasse. Finalmente entendi que minha interferência estava na minha vista e que meus gritos nada mais faziam que aumentar minha circulação na face, por consequência nos olhos, intensificando a interferência. Também me foi dada a minha farda de agente. Por fim recebi minha primeira missão oficial:
“Ouvimos boatos que um assassino em série tem aprontado muito por ai, mas em uma das suas tentativas ele não obteve êxito. Queremos que você descubra mais informações sobre esse assassino e nos traga essa vitima, para que possamos estudar o caso.”
E foi nesse momento que eu soube, não poderia ser um simples assassino, não. Ele tinha algo mais e eu iria descobrir.
“Mais uma coisa agente Hunter! Temos apenas uma única pista até o momento! Na verdade um nome!”
Prontamente perguntei que nome seria esse.

“JEFF!”.