sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

O Paradoxo do Caçador parte 2

Estavamos em frente ao açougue. Hora de seguir adiante e descobrir quem era o tal do Eyeless Jack.
O lugar tinha uma aparência horrível, além do cheiro, e de meia noite tudo tem um ar mais assustador, mas pra quem está trabalhando ao lado de um zumbi, acho que não seria tão difícil.
Resolvemos entrar por uma porta lateral, que estava encostada. O lugar estava totalmente escuro, mas acender qualquer luz nos faria ser percebidos. Falei para Dood ficar quieto enquanto eu vasculhava o lugar. Num açougue onde um maníaco se escondia não seria difícil achar órgãos e realmente não foi.
Confesso que me empolguei quando achei o bendito saco de rins num freezer e disse em voz alta: “Ei presunto, achei teu órgão mágico!”. Não levou mais que 5 segundos para as luzes se acenderem revelando algumas manchas de sangue velho pelo chão e uma figura encapuzada no fim do salão.
Ele deve ter achado a principio que estava lidando com ladrões ou apenas invasores, então já veio avançando em mim com tudo. Sem brincadeiras, aquele foi o adversário mais fácil que enfrentei. Desviar de seus golpes não foi difícil, eu consegui ler seus movimentos e desviar com tranquilidade. Ele devia estar se irritando, então resolvi fazer uma graça pro Dood ver meu potencial.
Lancei um chute em sua barriga e com o outro pé, um chute em seu rosto o arremessando longe. Eu estava me sentindo ótimo, a ponto de não me sentir eu. Acho que podia ser algum efeito da doença. Olhei pra Dood e falei: “ Vamos, escolha quantos rins você vai querer levar!” e comecei a rir. Eyeless entendeu nosso propósito ali e em um movimento que nem eu pude acompanhar ele passou a destruir todos os órgãos que estavam ali. Dood era muito metódico, mas foi ágil em me puxar pra fora do lugar a tempo.
Logo em seguida chamas surgiram no interior e Eyeless desapareceu em meio a fumaça. Todo o trabalho estava perdido.
Dood esbravejou e gritou comigo dizendo que eu acabei com a única chance dele ficar bem, que não iria mais me dar a cura. A discussão durou cerca de meia hora e eu estava me exaltando de forma anormal. Aquilo não era eu, definitivamente.
Eu precisava melhorar, logo. No meio da discussão o sangramento voltou e tivemos que voltar as pressas para a base da SCP. Dark nos recebeu com a expectativa do sucesso. Seu olhar foi quebrado ao ver meu estado. O sangramento tinha passado a sair pela minha boca também. Eu sabia que agora era questão de tempo pra morrer. Onde estava Anna, onde estava Guurg?
No desespero final olhei para Dood e disse: “Dood vamos fazer uma troca! Você me dá a cura depois que estiver novo!”.
Ele sem entender retrucou: “Como vamos ter uma cirurgia sem órgãos, seu gênio...”.
Fiz clara as minhas palavras: “To te devendo um rim e vou pagar com um meu!”.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O Paradoxo do Caçador

Não estava no meu melhor estado físico, mas o que vi me deixou em estado de alerta. Pensei que pudesse ser alucinação, mas creio ter visto um zumbi sair de dentro do contêiner. Um zumbi?!?!?!
Ele me olhou e me encarou tentando entender, eu já estava “pronto” para a ação, quando algo me pegou de jeito. Ele disse um oi pra mim. Eu ia voar no pescoço dele quando meu corpo debilitado entendeu a mensagem como um “desmaie”, e lá fui eu pro chão inconsciente.
 Acordei de volta na cama da sala de repouso. Dark Hunter estava do meu lado, perguntei se eu passei muito tempo dormindo e ele mencionou cerca de 1 hora. Ele me disse que tinha um convidado especial na sala de interrogação. Perguntei se o zumbi tinha me atacado e disse que era perigoso deixar essas coisas andando assim na Fundação. Ele me respondeu que o zumbi não era da Fundação e que ele era a surpresa no interrogatório, na verdade ele que tinha me salvo.
Pus uma roupa e fiz questão de eu mesmo ir fazer as perguntas. Desde de minha chegada a SCP já me havia acontecido de tudo, mas um zumbi falante era novidade!
Me dirigi a sala me sentindo um pouco melhor, já pensando no que perguntar.Entrei e o tal zumbi se portava como um cavalheiro, e tinha um sotaque estranho. Se identificou como Dood e parecia muito inteligente. Eu estava chegando nas melhores perguntas a se fazer quando o pior aconteceu.
De forma inconveniente minha doença se manifestou naquele momento e os sangramentos começaram novamente. Dood me olhava atentamente e do nada se levantou, vindo em minhas direção. Claro que por mais consciente que ele fosse, ainda era um zumbi, então logo pulei para trás. Claro que Dood retrucou com um belo “Idiota, não se mova. Eu reconheceria a doença do Slender até morto!”. Ok, ele tinha senso de humor (eu acho). Resolvi ceder. Iria morrer de qualquer forma, então qualquer ajuda era bem vinda!
Perguntei como ele conhecia a doença do Slender e ele me disse que pelo que tinha entendido todos os SCPs dessa dimensão tinham similares na dimensão dele e que o Slender era conhecido por ser uma criatura multidimensional. Que na dimensão dele ele já tinha a cura e tudo para a doença.
Era a minha melhor oportunidade! Disse a ele para preparar aquela cura para mim o mais rápido que pudesse. Ele no mesmo instante negou e disse que tinha vindo aquela dimensão com um único propósito que era achar a cura para sua doença. Eu pensei por um bom tempo, quando me lembrei dos comprimidos Panacea que estavam no meu quarto. Disse a ele que teria uma boa saída para ele, mas só daria se ele me ajudasse. Ele concordou.
Disse que precisava fazer uma avaliação dele antes de qualquer uso dos comprimidos. Precisava confirmar que ele era um zumbi, de preferência do jeito sem sangue. Ao analisarmos seu corpo descobrimos 3 coisas. A primeira era o óbvio, Dood era um zumbi. A segunda é que o vírus dele se comportava diferente do comum, ele agia como morto mas seus órgão não estavam. E a terceira é que seu rim esquerdo estava completamente morto. Ao transformá-lo em humano ele automaticamente morreria pela infecção causada pelo órgão morto. Precisava arranjar um rim para um zumbi. Minha vida realmente estava passando por reviravoltas que eu jamais imaginara.
Disse para ele me esperar um pouco e voltei a meu quarto e logo atrás de mim veio o Dark. Perguntei porque ele estava me ajudando tanto e quem ele era. Ele disse que já usava aquele nome com a intenção de se unir aos Caçadores do Medo, que me admirava e que tinha grande acesso e conhecimento para me ajudar. Ele parecia uma boa pessoa e me deu a resposta ideal! Como eu estava vendo o dedo dele em muitas coisas resolvi deixar ele me ajudar. Ele largou na minha cama um arquivo e disse que não ia ser muito fácil.
Peguei o arquivo e nele havia escrito o nome Eyeless Jack, um ladrão de órgãos. Bom, para a SCP ter o arquivo dele, não deveria ser só aquilo.
Voltei a sala onde Dood estava e disse que tínhamos seu rim! Ele perguntou onde estava e então eu o respondi “Temos que ir pegar, mas nem o dono sabe nem ninguém daqui!” Era uma missão secreta, portanto tínhamos que ser discretos. Estávamos prontos pra partir e na porta Dark nos avisara que já tinha todas as medidas internas sob controle. Passei por ele e larguei um “Bem vindo a equipe, Dark!”.

Após uma longa viagem chegamos ao que seria o esconderijo do eyeless naquele momento. Um açougue velho e fechado. Belo lugar, não? Naquele momento eu faria de tudo para ter minha cura, até mesmo ajudar um zumbi. Meu propósito final era o Slender, acabar com ele! Pena que naquela época meus propósitos eram tão pequenos...

                                                                                                                                                                   

Para conhecer a história de Dood acesse: http://dossiedofelipe.blogspot.com.br/p/paradoxum.html

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Pequena nota!

Não sei ao certo quem fez essa grande divulgação do trabalho que faço aqui, mas quero agradecer muito!

E a quem nos visita pela primeira vez, conheçam nossos capítulos mais antigos, permaneçam leitores fieis e aguardem que vem aí mais temporadas do Caçadores do Medo Beta!

att. Master Hunter

terça-feira, 24 de setembro de 2013

# relato 10: Emboscada

Não tive muito tempo para pensar.
Ao me virar só puder ver aquele tentáculo negro vindo em direção a meu rosto. Minha única saída era me jogar da sacada e o fiz. Não era possível, eu li B.O.B. na ficha, mas eu não era cego. Aquele que me atacou era quem eu mais queria ver.
Slender Man, finalmente a hora da minha vingança tinha chegado!
Espere um pouco. Eu ouvi um grunhido. O Slender não produz tal barulho. Até parece que alguém queria que eu estivesse ali e pensasse que fosse outra criatura. Aquele encontro havia sido planejado por alguém, mas nesse momento não importa. Eu estava onde queria.
Cai no chão, mas logo me levantei e corri para dentro da casa, já me deparando com a criatura que estava na sala.
Nos encaramos por alguns segundos. Ela parecia querer entender quem eu era. E eu por minha vez planejava todos os golpes que daria na criatura. Estava tão concentrado nos meus planos que não percebi o sangramento em meu nariz. Lá estava eu novamente enfraquecendo diante de quem não moveu um dedo pra cima de mim.
Estava já perto de desmaiar quando atentei que ainda usava os óculos. Eu achava que não ia conseguir muito mais, então removi o que prendia minha interferência e olhei a criatura na face. Sei que se ele tivesse olhos estaria olhando profundamente nos meus.
Sua atitude mudou, ele agora parecia tentar entender quem era que o olhava exatamente como ele olhava. Ele agia como um animal que é lançado contra uma criatura que o ameaça e se sente ameaçado.
Era minha vez! Aparentemente ao liberar minha interferência senti redução no efeito da interferência do Slender sobre mim. Me permiti um impulso em direção a criatura, corri já cerrando meu punho para dar um soco, quando ele apenas sumiu. Por sorte o que tenha quebrado a porta, espalhou muitos cacos de vidro pelo chão. Ouvi um pedaço se quebrando e me joguei a tempo suficiente de evitar um tentáculo, mas não o suficiente de evitar o segundo, quem me acertou em cheio no ombro me fazendo cair. Tentei levantar mas logo outro tentáculo acertou-me na face quase me desmaiando. Pude sentir o último tentáculo envolver meu pescoço e erguer meu corpo, me sufocando.

Num último suspiro, agarrei sua gravata. Qual não foi minha surpresa em sentir um tentáculo perfurar meu ombro como um tiro certo. O grito que dei foi absurdamente alto, e só naquele momento me lembrei do que aconteceu na época de Landaw. O grito intensificou minha interferência, que o assustou e o fez desaparecer novamente.
Estava lá largado no chão da mansão, sangrando pelo nariz e pelo estrago que havia agora em meu ombro. Foi quando pude ouvir sirenes e pessoas se aproximando. Era uma equipe da Fundação indo me resgatar.

Acordei já no conforto do lar. Uma maca na enfermaria da SCP. Dessa vez nem Anna nem Guurg vieram ao meu encontro. Apenas um grupo de cientistas e a Diretoria. Perguntei o que havia acontecido e o Presidente na minha cara respondeu que eu devia ter pego a ficha de arquivo errada em cima da mesa. O detalhe é que só havia uma única ficha. Algo estava muito errado com essa história, mas até conseguir o que eu queria não iria sair de lá.
Pedi para me mandarem numa missão em caça ao Slender e pela primeira vez eles concordaram. Disseram que não havia interesse em se aproximar do Slender antes, mas devido a uma quebra no equilíbrio, algumas criaturas estavam se comportando estranhamente. Só não tinha condição de fazer nada naquele momento.
A dor que sentia era diferente de uma dor normal. Ela doía num lugar não palpável, como se o medo e o terror pulsassem dentro de mim. Mais resultados de exames chegaram. O diagnóstico foi terrível: o contato direto e prolongado com o Slender fez com que aquela doença piorasse consideravelmente. Nem os comprimidos Panacea (SCP-500) seriam eficazes contra aquilo. Ou seja, no fim das contas eu estava para morrer. Legal isso não?
Já desestimulado com tudo aquilo, decidi me manter na cama e apenas esperar os dias passarem, até algo me acontecer.
O que eu mais estranhava era que todos diziam que Anna e Guurg estavam lá, mas em momento nenhum recebi uma visita deles. Certo dia um jovem que se apresentou a mim como Dark Hunter me deu um livro para passar o tempo, o livro se chamava: Entendendo o funcionamento do SCP-2559. E haviam gatos na capa.
Perguntei a ele que piada era aquela e ele me disse que além de achar que olhar animais fazia as pessoas se sentirem melhor, disse que de onde menos se espera vem a ajuda. Não dei ouvidos.
Alguns dias após estava com sangramentos fortes pela boca e nariz. O lugar onde o tentáculo havia me acertado também minava sangue. Acho que estava perto da minha hora. Pode parecer piada mas peguei o livro e comecei a ler e ver as fotos dos animais. Era isso! Talvez houvesse algo mais nessa dimensão, a minha cura poderia estar lá!
Me arrastei até a máquina para ligá-la tentando não chamar atenção de ninguém. Segui os procedimentos para ligar a máquina que tinha um contêiner onde os objetos eram teleportados. Ao ligar ela fez um barulho muito alto, quase ensurdecedor, gritei de dor nos ouvidos e mais uma vez outra dose de interferência foi liberada afetando o funcionamento da máquina. Eu achei que não era nada demais. Me preparei para ir ao contêiner  quando em cima apareceu a mensagem na tela: Teleporte Concluído!

Me aproximei do contêiner o suficiente para ver sua porta começar a abrir por dentro...

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

# relato 9: Só um servo

Já havia se passado uma semana desde o ocorrido.
Não houve um único dia em que meu corpo inteiro não doesse, nem que minha cabeça ficasse formando aquele símbolo em tudo que eu olhava.
O que estava errado comigo. O que eles estavam tentando fazer comigo? O que havia sido aquilo que me arremessara tão longe?

Guurg e Anna vieram me visitar algumas vezes, Anna era melhor em camuflar sentimentos, mas Guurg tinha nítido em sua cara a preocupação. A pessoa que o tinha trazido até aqui, agora estava impossibilitado de o dar acompanhamento.
Um dos médicos da Fundação veio me avisar que eu passaria por uma bateria de exames e me dariam alguma resposta.
Mais dois dias de espera. Dessa vez as dores diminuíram consideravelmente, em compensação meus olhos queimavam.
Os resultados finalmente chegaram.
Realmente eu tinha a habilidade dos proxys , e sua doença também me acompanhava. O fato de ter esforçado meu corpo com uma habilidade de Proxy também tinha agravado momentaneamente os sintomas da doença.
Eu teria que acostumar meu corpo até que esses sintomas reduzam, ou que eu me acostume com eles. Afinal se um esforço de meio segundo me deixou uma semana de cama, nem quero imaginar o que pode me acontecer se eu tentar usar por mais tempo.

No fim eu era só um servo dele. O Slender podia não ter controle sobre minha mente, mas meu corpo estava sujeito a sua doença. Pensando melhor agora, o que eu fiz durante o exercício se compara ao meu primeiro encontro com aquela criatura. O que mais seria eu capaz de fazer igual a ele?
Pra completar acharam mais um inconveniente: a minha interferência era diferente, ela se acumulava no meu corpo e periodicamente eu teria que “libera-la” senão as consequências a meu corpo poderiam ser mortais.
Se eu usasse, ficava passando mal, se eu não usasse poderia até morrer.

Antes que minha cabeça pudesse gerar mais ideias (ou dores) o agente que supervisionava a divisão Caçadores do Medo veio me retirar do quarto pra me enviar a minha próxima missão!
Ainda bem. O ruim dessa missão é que não deixaram o Guurg ir comigo, disseram que essa era solo e que ele estaria atarefado demais. Na verdade nem me deixaram o ver antes de sair. O resumo da missão me foi entregue, mas confesso que a ansiedade em sair daquela cama me fez esquecer de lê-lo.
Fui deixado próximo a uma mansão, muito bonita, próxima a uma floresta. Tratei de me situar logo na varanda do 1º andar. A casa estava sem energia, mas tenho certeza de ter passado por sangue em vários pontos dela.
Quando eu já ia começar a fuçar os arquivos do resumo ouvi um barulho. Era uma porta sendo empurrada, pela altura acho que ela deve ter sido derrubada.
Ouvi então aquele grunhido que penetrou meus ouvidos e mente causando um calafrio. Senti um aperto no peito.
Abri rapidamente o arquivo só para conseguir enxergar o nome B.O.B.

Me virei para trás quando...

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

# relato 8: Quando vem a calmaria

Pra começar gostaria de esclarecer uma coisa: A essa altura da minha história de vida todos devem estar me imaginando um galã, um agente secreto.

Não, eu não sou isso. Não vivo na noite em festas, mas vivo em missões.

Não tenho belas mulheres como companhia e sim cientistas de jaleco.
Não tenho homens maus e ambiciosos como vilões, na verdade eles são anjinhos perto do que eu enfrento.
Não tenho corpo definido, abdome sarado, cabelo perfeito e um sorriso simpático. Todos esses conceitos são pra trazer conforto a imagem de um agente.
Eu tenho meus problemas, não tenho jeito pra andar, fico nervoso com as missões e se alguém olhar em meus olhos tem pesadelos. E ainda assim sou o mocinho dessa história.

A vida é irônica...


Desculpem cansar vocês com esse desabafo. Só toquei no assunto porque num momento mais tranquilo, assistia televisão a um filme de agentes, mas o mesmo foi interrompido por notícias. Parece que um segundo manicômio foi invadido. Não me importava...


Como mencionei, os nossos treinamentos estavam começando de verdade.

Sessões de musculação não eram parte disso. O objetivo era testar e aumentar nosso limite físico de cansaço, stress e dor.

Minha desconfiança quanto ao Slender Man e a SCP só aumentavam a cada dia, mas sem provas não tinha como dizer nada.

Nossas provas eram: desviar de facas lançadas enquanto recitávamos textos de regras internas, escaladas em cordas enquanto pessoas puxavam outras cordas presas a nosso corpo, fazer testes e ouvir que nosso desempenho era mínimo, sessões de luta com os braços amarrados...

Tudo que nos fizesse fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo e rápido planejamento para próximas ações.

Claro que o aumento no stress fez com que a interferência aumentasse e com ela uma chata dor de cabeça.

O pior momento, acredite, foi a esteira. Todos me olhavam com olhares de expectativa imensos. Era só uma esteira...


Comecei na velocidade baixa, apenas caminhando. Alguns minutos depois aumentaram a velocidade e então por último estava correndo. Não sei o que eles tinham na cabeça mas continuaram aumentando a velocidade momento após momento. A situação de stress estava aumentando e se eu perdesse meio segundo de atenção, cairia na hora.


Pedi para que parassem e eles aumentaram ainda mais. Tudo que minha cabeça permite lembrar é que estava em tal velocidade que meu nariz começou a sangrar, lembro-me de fechar os olhos e ver aquele símbolo do círculo com um grande "X". Em uma questão de milésimos pude sentir meu corpo sendo impulsionado adiante, mas sem controle algum, derrubei a esteira e caí longe.


As duas últimas lembranças que lembro desse momento são vozes dizendo algo como "Conseguimos!" e alguns momentos depois com a visão muito turva e semi-desmaiado, uma sequencia numa ficha.


Era algo como SCP-X-2.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

# relato 7: Nova casa, história antiga

Após nos recuperarmos do incidente com o Jeff, era a hora de voltar. Avisei ao Guurg para pegar poucas roupas em casa, pois na SCP teríamos fardas. Acho que ele estava muito empolgado, pois me deixou no meio da escada e subiu correndo. De qualquer forma aproveitei para ver o ferimento que eu tinha. Ele estava incomodando, mas nada que não pudesse aguentar.
Resolvi subir e enquanto passava por um dos andares pude ouvir vindo de um apartamento o noticiário da TV falando sobre uma invasão a um manicômio. Não dei atenção e logo subi até achar a porta aberta e Guurg arrumando sua mochila, entulhando alguns papeis dentro dela. O apressei. Precisávamos ficar “fora do radar” logo.
Estávamos chegando a cabana isolada no meio da floresta, confesso que ainda não havia me acostumado com o lugar e tinha arrepios, mas para descontrair resolvi criar uma sequência de batidas para abrirem a porta e ele ficou espantado quando a portinha de carvalho se abriu revelando a grande porta de aço. O que ele não sabia é que desde o começo da floresta já estávamos sendo monitorados e que ninguém ia aquele lugar que não fosse da Fundação. Foi divertido. Uma das poucas vezes que pude esboçar um sorriso.
Lá dentro fomos recepcionados por um agente com patente de capitão. Ele logo se apressou em chamar Guurg para uma conversa reservada a portas fechadas.
Enquanto isso fui passar o relatório da missão. O supervisor logo me parabenizou pelo sucesso, mas Anna passou por trás de mim e sussurrou em meu ouvido: “Bela dupla contra o Jeff...”, do jeito que ela era, eu sabia que ela tinha arrumado uma forma de nos localizar enquanto tudo acontecia.
Logo o supervisor começou: “ Bom, Orion, você pode perceber que o Jeff não é um assassino qualquer. O estrago emocional que ele deve ter causado ao ... Guurg, certo? Bom o estrago deve fazê-lo ficar aqui um tempo antes de entrar em ação. Mas você tem novos objetivos. Precisamos que você apreenda alguns objetos para estudos e fora eles que faça uma monitoria de alguns SCPs para observar comportamento. Isso pode ajudá-lo nas missões futuras.”
Logo disse que Guurg era mais forte que eles pensavam, e perguntei por que indiretamente ele estava me fazendo ficar interno, quando a missão era claramente externa?
A resposta que obtive foi que eram ordens superiores. Besteira...
Resolvi no ímpeto perguntá-lo sobre o Slender Man, quando eu iria atrás dele?
Vi sua feição mudar, ele ficou com a cara espantada e logo devolveu: “Não temos interesse nenhum, nem conhecimento sobre ele. Foque em sua missão.”.
Troquei rapidamente um olhar com Anna e ela logo percebeu que eu precisava de informações e seu olhar de volta já me respondia afirmativamente!
Calei-me e me levantei para começar a monitoria.
Fui liberado numa seção secreta onde estavam algumas “celas” contendo SCPs.
Alguns eram meros objetos, outros tinham vida. Pude ouvir em uma cela especial uma voz áspera chamando. Era a cela do SCP-49. Me aproximei suficiente para ouvir a voz falando:
“Meu jovem, você não tem a praga. No entanto vejo algo diferente em você.”
No momento não dei muita atenção e logo me virei. Foi quando ele falou:
“Você quer achá-lo não? Aquele que fez isso em você!”
Voltei com tudo e estava disposto até mesmo a abrir a porta e encarar quem estava falando. Foi quando uma mão me puxou. Era Anna. Ela me disse pra não me arriscar por isso agora, para esperar os resultados de sua pesquisa.
Me acalmei e decidi voltar.
Ao entrar no salão, pude ver Guurg lá. Ele estava pensativo, mas ao me aproximar ele demonstrou normalidade.
O supervisor se aproximou de nós e disse: “Bom, agora que já temos 2, vamos começar os treinos de verdade. Estão prontos para serem agentes?”.

Se o que eu tinha passado até agora não era ser agente, começo a me preocupar comigo e com Guurg.

Mal sabia o que me esperava no mais simples dos exercícios: a esteira.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

# relato 6: Luta a 3

Eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Era uma missão simples. Chegar até o Guurg, abordar ele e pronto.
Nada pode ser muito simples quando se lida com o sobrenatural...
E principalmente um serial killer...
Eu havia me encontrado com o Slender e foi um senhor susto, mas ao me deparar com esse que chamavam de Jeff, pude ter certeza do motivo da SCP ter me mandado atrás dele.
Pude ver o misto de desespero e ódio nos olhos do Guurg ao se deparar com ele. Logo fitei Jeff, perguntei o que ele queria (que estúpido eu era). Ele logo respondeu: “Terminar um serviço mal feito, e depois começar outro!”.
Olhei novamente pro Guurg. Se ele acertar no Jeff um chute desses que ele quase deu em mim, estamos salvos. Naquele momento então percebi o estado dele. Ele estava paralisado em frente a Jeff e não se movia. Num daqueles momentos em que poucos segundos se tornam uma eternidade, pensei como seria para mim, encarar o Slender Man poucos meses após o ataque. Não sei como reagiria, mas entendo perfeitamente a reação do Guurg.
Tive que parar de pensar, quando vi o Jeff iniciando seu movimento. Definitivamente de humano só havia a carcaça. Ele se moveu de uma forma que meus olhos acharam difícil de acompanhar, sendo necessário eu pular e empurrar o Guurg pro chão. Jeff me olhava, me analisava. Aqueles olhos não eram normais, davam agonia na alma. Que ironia, não sei o que o Guurg viu em mim sem óculos, mas eu era um monstro tanto quanto o Jeff.
Novamente perdido em pensamentos, mal pude ver sua aproximação. Esta distração me custou um arranhão no braço. A lenda do Jeff fazia jus a sua real existência. Era apenas um corte, mas o sorriso que ele tinha no rosto ao conseguir ferir alguém, o clima pesado que o cercava, tudo aquilo fazia um simples corte me doer até a alma.
Ele não estava satisfeito, principalmente pelo desvio que fiz (graças a um ótimo treino na SCP), ele queria mais e veio atrás da morte tão desejada. Facada, facada, facada, golpe após golpe eu desviava com certa dificuldade. Ele além de rápido tinha uma sede de morte que nunca tinha visto antes. Eu já estava entrando em desespero. Cada golpe estava mais perto de mim. Pelo menos um dos flashes que vieram a minha cabeça colocaram-na no lugar.
Eu não achava minha vida ruim, mas desde o incidente novos objetivos e uma nova realidade me foram impostos. Eu precisava me encontrar com Landaw um dia, manter Anna segura, fazer minhas missões na SCP, manter o Guurg a salvo até que ele fosse um caçador pronto. Não podia esquecer do principal.
Slender.
Eu precisava viver mais para encontrá-lo, entendê-lo, por um fim a tudo aquilo.

De volta a realidade, vi Jeff a centímetros de mim. Eu precisava viver e ele não iria me impedir. Não até aquela facada que veio na direção do meu coração.
Eu vi então Jeff ser arremessado com aquele chute tão esperado do Guurg. Ele se colocou entre mim e o Jeff. Jeff não demonstrou dor ou surpresa, na verdade seu olhar era o mesmo.
Guurg falou: “Essa luta é minha, nem você Master se intrometa, nem você Jeff ouse atacá-lo antes de lutar comigo.”.
Não entendi muito bem a situação mas aquela missão ainda era minha. Guurg terminava sua frase quando Jeff reiniciou seus ataques.
Em velocidade frenética ele avançou, mas pela primeira vez demonstrou surpresa. Na verdade não pude ver nada além disso pois fui atingido em cheio por Guurg na face. Meus óculos caíram.
O que estava acontecendo? Era uma armadilha para mim?
De olhos fechados não sabia o que estava acontecendo. Achei que ia morrer quando senti aquelas mãos segurarem minha face. Houve um grito.
“Abra os olhos agora!”
Imediatamente abri-os, no momento exato em que Jeff estava tão próximo que podia sentir aquele frio que emanava dele.
Novamente a sensação de me sentir um monstro. Jeff ao se deparar com meus olhos,hesitou. Pulou para trás o suficiente para sumir na escuridão proclamando suas últimas palavras.
“Ele não. Não pode ser. Saia. Saia. Vá dormir.”
Guurg me deu meus óculos de volta. Pediu desculpas pela estratégia improvisada. Eu realmente estava feliz em tê-lo como amigo. Só minha interferência não era muito referencial para uma luta contra ele.
“Então Master Hunter, para onde estamos indo mesmo?”

“Para a Fundação SCP, nosso novo lar.”

quarta-feira, 10 de julho de 2013

quinta-feira, 4 de julho de 2013

# relato 5: Recrutamento

Não pensem vocês que eu sempre fui sério. Na verdade acho que escondido em mim ainda existe um senso de humor. Ele só teve que ser escondido para sobreviver. Lembro-me que desde que tudo isso começou eu não havia colocado um mísero sorriso em minha boca. Não até minha primeira missão.
“Você não será monitorado. Estará só em campo. Já sabe a missão. Traga a vítima viva. E evite qualquer confronto. De qualquer tipo. Entendido?”
Eu sabia que era minha primeira missão. Tinha que fazer tudo certo para que continuassem a confiar em mim. E o mais importante, para que eu pudesse desenvolver minhas habilidades sem que eles me observassem.
Fui enviado a cidade da vítima para a missão. Era noite e eu estava sentando num banco numa praça. Foi quando eu notei a foto que me entregaram e um rapaz que se aproximava. Passos rápidos, olhar desconfiado, mas seguro. E um enorme curativo em sua face. O que quer que esse Jeff fosse não estava para brincar.
Ele ia passando por mim quando o abordei. Na verdade não sabia como abordar ele, e na minha estúpida concepção de agente secreto, tentei dar uma de galã.
“Bela cicatriz isso vai deixar han?”
Nesse momento vi meu erro. Numa disparada rápida o rapaz quase me acertou com um chute. Passou a poucos centímetros do meu rosto. Já havia iniciado o dialogo (mesmo de forma errada), então tinha que ir até o fim.
Eu disse logo que estava ali para ajudá-lo.
“Ninguém pode me ajudar, nem eu preciso de ajuda!” respondeu rápida e asperamente. Logo deu as costas para mim e saiu andando.

“Você quer quem fez isso em você não é? O Jeff!”
Aquelas palavras os fizeram parar por alguns segundos. Logo se virou para trás e já veio se aproximando de forma que parecia preparar um próximo golpe.
“Você conhece ele? Me diga onde ele está. Aquele maldito vai morrer!” logo retrucou.
Logo respondi “Pare! Eu também estou atrás dele. Na verdade  eu posso lhe ajudar sim. Estou vindo em nome de quem procura o Jeff e quer te oferecer essa oportunidade!”
Ele parou e passou a demonstrar discretamente interesse no que eu falava.
Continuei “Nós dois estamos atrás de algo que nos causou marcas profundas. Que nos mudou, mas não nos venceu. O lugar onde trabalho está me dando essa oportunidade. Treinar e me desenvolver para vencer o que tirou minha normalidade!”
Ele logo se exaltou “Você tem noção do que esse monstro fez a mim? Não sei o que é dormir a dias. Eu fecho os olhos por 2 segundos e posso ouvir aquela voz que gela a espinha. Fora essa cicatriz que vai ficar em meu rosto. Não venha me falar de perder a normalidade. Você é normal até demais!”
Não pude deixar de sentir o que ele falava. Realmente pra quem não me conhecia, eu aparentava uma pessoa comum. Mas não era. Eu ia provar isso a ele. Mas definitivamente meu começo de carreira como agente me implica péssimas escolhas.
“Normal? Você acha que eu sou normal? Vou te mostrar uma coisa. Se eu tirar esses óculos aqui posso fazer você passar mais noites sem dormir que encarando o Jeff.” Naquele momento resolvi tirar o óculos e encará-lo. Péssima escolha. Com um belo sorriso na cara e os olhos abertos, criei uma interferência que o atingiu rapidamente. Não sabia exatamente o efeito, mas ele me olhava com um desespero que me fez pensar o que eu tinha me tornado. Rapidamente pus os óculos de volta. Minha sorte é que o rapaz tinha uma boa coragem.
“Esquece o que eu disse. Você não é normal, mas me convenceu a ir com você. Mas me diga o que é exatamente o lugar onde você trabalha e quem é você.”
Respondi com um tom de orgulho “Meu nome é Master Hunter. Trabalho na Fundação SCP, liderando a divisão especial Caçadores do Medo. Estou aqui a pedido de meus superiores para recrutá-lo e juntar informações sobre esse tal Jeff. Li seu arquivo e já tenho seu nome em mente. Bem vindo a equipe Guurg Hunter!”
Naquele momento com um sorriso aliviado e uma confiança estabelecida Guurg baixou a guarda e selamos um aperto de mão. Tudo estava começando a dar certo e se acalmar.
“E aí Guurg, pronto pra caçar o Jeff?”
Antes que ele pudesse responder ouvimos aquela voz que causa tamanho arrepio que nos faz virar o pescoço para trás.

“Que falta de educação de vocês. Falar por trás de mim. Agora vou ter que colocar vocês para dormir! SHHHH...”

quinta-feira, 20 de junho de 2013

# relato 4: Primeiras Instruções

Alí estava eu, diante daquela escadaria escura, sem fazer ideia do que esperar. Tentei chamar pelos agentes, mas não obtive sucesso. Não sabia ao certo o que esperar daquilo tudo, afinal era a primeira coisa que eu tinha visto desde meu alojamento na SCP. Eu esqueci de mencionar esse detalhe, os cientistas estavam me mantendo quando em contato com outras pessoas com uma venda sobre os olhos. Segundo eles todo o processo de stress causado pelo encontro com Landaw, a chegada na SCP e os estresses das análises e testes em mim haviam desencadeado um processo de interferência. Em teoria a minha interferência estava “ligada” o tempo todo. Era um ponto negativo para contrabalancear com o fato de ser um Proxy 100% consciente.
Mas voltando a minha “aventura”. Pensei que não haveria outra saída senão descer as escadarias até o fim e encontrar a cela onde o fantasma estava aprisionado. Como eu estava errado. À medida que eu descia, minha visão ia se acostumando com a escuridão e a lanterna com pouca luz estava dando sua ajuda. Afinal, quantos andares essa escadaria possuía? Continuei descendo até que ao fazer a descida do andar 14 para o15 tive uma inesperada surpresa. Pude ver de forma rápida um vulto negro se aproximar de mim com velocidade, o pior foi a sensação que senti quando aquilo atravessou meu peito. Pude sentir a pior sensação do mundo, algo que poderia ser comparado a própria morte. Era uma sensação de desespero e angústia, ao mesmo tempo que havia um queimar intenso no meu peito. Quase caí, mas por sorte foi tudo muito rápido. Não sabia ao certo o que estava acontecendo naquele lugar, mas estava torcendo para o fantasma não ser pior do que aquilo. Seguiram-se os andares de forma mais tranquila. Eu estava começando a me acalmar novamente, se eles achavam que esse era o estímulo adequado para conseguir outro efeito de grito, estavam bem errados.
20,21,22,23,24,25,26... no andar 27 tive outra surpresa com outro vulto daqueles, a sensação foi muito pior. Assim como um machucado que você acha estar bom e leva uma pancada forte logo em cima e você sente bem mais dor que o machucado inicial, esta foi minha sensação. Lembro-me de ter caído no chão com os olhos lacrimejando e a boca salivando e de ter ficado encolhido no chão por uns 5 minutos. Quando consegui reunir minhas forças novamente, decidi encarar o tal fantasma, ou pelo menos tentar. Foi quando cheguei ao 50º andar. O corpo já cansado e a cabeça sem pensar direito deram de encontro com algo diferente.  No  meio de tanta escuridão havia uma face, não muito nítida, mas estava lá. É isso, eu cheguei até algum agente que vai me ajudar!
Não. Tudo com o que me deparei ao ir me aproximando era aquela coisa bizarra, aquela face branca com feição de um morto e aquele corpo deformado formado por um vulto negro, era ele. Eu estava de frente ao SCP-87. Não havia nada a perder então tentei lançar meu grito sobre a criatura. Nesse momento luzes fortes se acenderam me cegando. Uma voz disse: “BRAVO! BRAVO! Você realmente é um rapaz de coragem!”. Eu me perguntava o que estava acontecendo enquanto a venda me era posta sobre os olhos novamente e eu era retirado daquele lugar.
Chegando a uma sala começaram a explicação. Nunca estive dentro do SCP-87 de verdade, aquilo era uma simulação dos efeitos do mesmo para ver até onde eu iria. Eles disseram que era perigoso demais expor um agente a uma situação daquelas sem treino adequado e que eles também não iriam querer danos ao 87. Também falaram que haviam criado a solução para o problema da interferência nesse tempo. Foi quando fui apresentado ao meu novo óculos escuro! Pude tirar a venda e tê-lo colocado em meu rosto. Abrir os olhos foi uma sensação muito agradável. Poder ver os que me cercavam e qual não foi o alivio ao ver um rosto familiar. Anna estava lá, já engajada nos projetos da SCP.
Fui instruído sobre os óculos e para nunca tirar ele. Ele possuía 2 funções: Por dentro me dar visão noturna e informações quando necessário e por fora conter toda a interferência que eu gerasse. Finalmente entendi que minha interferência estava na minha vista e que meus gritos nada mais faziam que aumentar minha circulação na face, por consequência nos olhos, intensificando a interferência. Também me foi dada a minha farda de agente. Por fim recebi minha primeira missão oficial:
“Ouvimos boatos que um assassino em série tem aprontado muito por ai, mas em uma das suas tentativas ele não obteve êxito. Queremos que você descubra mais informações sobre esse assassino e nos traga essa vitima, para que possamos estudar o caso.”
E foi nesse momento que eu soube, não poderia ser um simples assassino, não. Ele tinha algo mais e eu iria descobrir.
“Mais uma coisa agente Hunter! Temos apenas uma única pista até o momento! Na verdade um nome!”
Prontamente perguntei que nome seria esse.

“JEFF!”.



terça-feira, 28 de maio de 2013

# relato 3: O título, o treino, o primeiro.

Já fazia cerca de uma semana que eu estava na Organização SCP, estava sendo mantido num quarto isolado e durante esse tempo vários exames foram feitos em mim. Até esse momento eu não sabia ao certo o que estava acontecendo e mesmo que eu tentasse adivinhar, nem se compararia com o que realmente viria a acontecer.

Certo dia um dos médicos me perguntou se eu estava me sentindo bem. Não entendi o porquê da pergunta dele até o momento em que ele me mostrou que meu nariz estava tendo um pequeno sangramento. Logo me lembrei de que o mesmo havia acontecido em Burnhills. Naquele momento um flash veio na minha cabeça. Aquele desenho. Só podia ter sido eu a desenhar aquilo, mas o que era? Quando eu havia desenhado aquilo?
O doutor pediu para eu fazer o desenho numa folha de papel e aparentemente logo se arrependeu de ter me pedido aquilo. Seu olhar ficou muito assustado e sem muitas palavras, logo saiu do quarto e levou consigo a folha.
No dia seguinte começaram as atividades: pela manhã uma sessão de interrogatório para saber o que houvera na floresta com detalhes, pela tarde mais uma bateria de exames e a noite o comunicado que mudaria minha vida.

Me deram uma roupa mais arrumada e me levaram para uma sala escura. Nela um alto-falante começou a falar comigo: “Bem-vindo jovem! Você deve estar se perguntando o que está acontecendo e vou lhe dizer. Sou o presidente da Organização SCP e aqui mantemos criaturas e objetos com capacidade sobrenatural, que podem ser perigosos para a humanidade ou cair em mãos erradas. Acontece que você teve um encontro com uma criatura dessas e nesse encontro você terminou por absorver algumas capacidades dela. O incrível e que você permaneceu consciente, enquanto que a maioria fica em estado hipnótico ou termina desaparecendo.”.
Até esse momento não havia lá grandes novidades para mim, pois mesmo sem a explicação dele, eu lembrava o que havia acontecido no meu primeiro encontro com Landaw, quando gritei tão forte que distorci seu espectro. Definitivamente aquilo não era comum...
Então ele continuou:
“Você deve estar se perguntando então qual a sua participação nisso tudo! Simples! Estou montando uma nova divisão experimental na Organização. Uma divisão inversa ao nosso trabalho rotineiro. Essa divisão fará trabalho externo e ao invés de capturar, apenas fará monitoramento. Acreditamos que para manter o equilíbrio perfeito algumas dessas criaturas devem ser mantidas livres. E claro que monitorar essas criaturas não é serviço para pessoas comuns, precisa-se de algo a mais! É aí onde você entra meu caro! Você é o primeiro que conseguimos fazer contato, embora existam outros! Você vai liderar esse projeto de monitoramento!”
Logo perguntei: “Então vocês querem que eu vá atrás de todas essas criaturas que são mortais e causam os piores pesadelos das pessoas?”.
A voz respondeu: “Basicamente sim! Claro que você tem que dizer se aceita ou não e quais seriam suas condições!”.

“Eu aceito, quero total liberdade, nada de me monitorar enquanto eu estou trabalhando, e eu posso então nomear essa divisão?”.

Por fim ele respondeu: “Claro, sinta-se a vontade para personalizar esse projeto, afinal ele basicamente é seu!”.

“A divisão será chamada Caçadores do Medo, e a partir de agora pode me chamar de Master Hunter.”.

Nesse momento eu sabia qual seria meu destino. Agentes vieram me buscar dentro da sala. Eles pediram para que eu repetisse com detalhes o que havia acontecido no grito que dei. Após explicar novamente eles me colocaram num carro, vendaram meus olhos e me levaram.


Lembro-me de conseguir tirar a venda e me deparar com uma lanterna no chão e agentes fechando uma porta. Quando perguntei o que estava acontecendo, a única resposta que obtive foi: “Aí está seu primeiro teste, desça as escadas até encontrar o nosso fantasma! Se você conseguir fazer o mesmo com ele, poderá subir novamente. Bem- vindo ao SCP-87!”.


terça-feira, 14 de maio de 2013

#relato 2: O Hospício Burnhills e Landaw.


Como havia dito antes, minha família tentou me impedir de surtar e a atitude deles foi me mandar para um manicômio.
Nesse momento eu estava sendo levado para o Hospício Burnhills (na verdade esse era o nome dado pelos internos ao hospício, seu nome verdadeiro será mantido em sigilo) onde minha primeira aventura aconteceria.
Quando cheguei lá parecia um hospício “comum”, e eu achava que era o único são ali. Isso até conhecer a Anna, uma pobre garota superdotada cujos pais sem instrução julgaram louca e a internaram. Anna era muito inteligente e estudiosa, portanto sabia de tudo sobre o Burnhills.
Tratei de me aproximar logo dela, para ver o que ela sabia e para minha surpresa o Burnhills escondia uma lenda: Aquele hospício abrigava algumas pessoas que já haviam cometido assassinato, mas raramente essas pessoas passavam mais de 1 mês vivas lá dentro. Após uma semana já havia percebido que entre 17:00 e 18:30h toda a equipe que trabalhava simplesmente se recolhia, e nesse mesmo horário eram relatadas as mortes. Como eu costumava ficar no dormitório, não via muito além disso.
Em um certo dia comecei a sentir uma tontura horrível e meu nariz teve um pequeno sangramento, tudo que me lembro e dos enfermeiros me acordando e tirando do chão para me levar para a enfermaria, pude notar na parede do quarto algo desenhado, parecia um círculo com um grande X vazando dele.
Naquele momento alguém gritou de longe: “Corram! Já são 17:00h!” e então os enfermeiros me largaram no chão e correram. Naquele momento Anna apareceu e me ajudou a ir para o que ela chamou de quarto de escape. Em seguida ela me empurrou para baixo de uma cama, que parecia maior que as outras. Sem entender a razão de tudo aquilo perguntei a Anna o que estava acontecendo. Ele então apontou para alguns símbolos estranhos entalhados embaixo da cama e começou a falar:
“Pelo visto você não sabe nada sobre o Burnhills. Todos os dias nesse horário os enfermeiros se escondem em quartos que possuem símbolos como esses nas portas, eles nos tornam invisíveis para os fantasmas. Quando uma pessoa comete assassinato e é mandada para cá, o fantasma de quem foi morto tem a chance de ter sua vingança aqui. Nesse horário eles simplesmente aparecem aqui e perseguem seus assassinos para dar o troco, mas as vezes alguns deles estão tão obcecados que acabam ceifando alguns não culpados. Essa cama nos protege deles também, mas por ser pequena poucos que conseguem chegar aqui se salvam.”
Naquele momento começou uma gritaria vinda do corredor. Olhamos para a porta para vermos uma garota tentar se jogar embaixo da cama em que estávamos, e logo atrás dela estava a fantasma, enfurecida, perseguindo-a, tentando pegá-la a todo custo. Na verdade ela conseguiu e tudo aconteceu bem em cima da tal cama. Ouvimos o silenciar e ficamos todos nervosos. De repente vimos aquela figura que era agressiva sair de cima da cama e dirigir-se para a porta. Não sei ao certo o que me levou a fazer aquilo, mas saí da cama e a chamei. Ela continuou andando. Eu estava sob muito stress pois já havia sangrado, desmaiado e assistido um assassinato bem perto de mim. Juntei minhas forças e gritei chamando-a novamente.
Não sei ao certo o que aconteceu, mas o grito foi tão forte que pude ver seu espectro ter uma leve distorção. Nesse momento ela parou e se virou para mim. Em menos de um piscar de olhos aquela figura que estava a 10 metros de distancia apareceu a menos de um palmo da minha cara. Nos encaramos por alguns segundos até que ela falou: “Você é diferente. Meu nome é Landaw. Muito prazer em conhecer você!”. Não muito certo do que estava acontecendo eu a respondi dizendo meu nome e um muito prazer. Então ela sumiu.
Nos dias que se seguiram eu preferi ficar na cela para a qual eu tinha sido transferido. Nesse mesmo período de tempo Landaw ia me visitar para conversarmos. A garota que a matou era uma amiga muito invejosa, pois Landaw era rica e muito educada e insistia em sair com pessoas que sua família não aprovava. Essa garota era uma dessas pessoas. Foi nesse período que meu medo e sentimento de vingança pela criatura sem face, passaram a ser admiração e respeito. Existia um mundo sobrenatural lá fora e eu queria o conhecer. Só não tinha expectativa de como.
Ao completar 2 meses lá dentro, finalmente vi minha liberdade chegar. Foi quando alguns membros da Organização SCP vieram me buscar. Me despedi de Landaw, mas com a certeza de que voltaria a vê-la.
A SCP me tirou de lá com documentos e licenças que nunca havia ouvido falar antes, mas ninguém questionou. Eles também levaram a Anna para trabalhar no mesmo projeto que eu.
Ao entrar no carro lembro-me de ter suspirado algo como: “Finalmente livre!” e de ter ouvido de um dos agente: “Daqui a um tempo você vai estar pedindo para voltar.”. Nesse momento o homem sentado no banco da frente resmungou: “ Cale-se, você não sabe do que esse garoto é capaz.”. Bom, naquele momento nem eu sabia o que eu aprenderia a fazer...


sexta-feira, 10 de maio de 2013

Master Hunter Origins intro



Agradecimentos aos parceiros: Scary Universe
                                              Predomínio do Terror
                                              Guys of the Horror

E agradecimento especial ao Fear of Slender (onde vocês podem entender todos os termos relacionados ao Slender Man)

quinta-feira, 9 de maio de 2013

#relato 1: Eu, Proxy?


Tudo começou quando eu, recém-formado biólogo, durante uma temporada de trabalho como fotógrafo num parque florestal, me perdi. A floresta era bem densa e criava um clima próprio de filme de terror, mas o trabalho não podia parar!
Em certo ponto da noite, já não tinha certeza de onde estava e o mapa já não estava me ajudando. Isso ajuda a nossa mente a fantasiar coisas assustadoras. Uma estranha sensação de estar sendo seguido me tomava, mas eu ignorava, tudo coisa da minha mente.
Era o que eu achava, até o momento onde na beirada de um pequeno penhasco, ao olhar pra trás me deparei com aquilo. Minha vista não estava boa na escuridão do parque e estranhamente quanto mais eu me forçava a enxergar, mais parecia que tudo estava distorcendo. Quando me dei conta a criatura sem rosto estava bem na minha frente me tocando com tentáculos e me fazendo perder a consciência. Não sei se por sorte ou azar, naquele momento escorreguei do penhasco. Pude ver enquanto caia a criatura simplesmente sumir, até que o impacto com o chão me fez desmaiar.
Quando acordei, já era manhã. Tudo parecia normal novamente, mas não me arrisquei, embora fosse um amante do medo, aquele tinha parecido demais para mim. Peguei minhas coisas e fui embora.
Mesmo em um ambiente seguro eu estava ficando paranoico, sentia-me observado em qualquer lugar que eu fosse. Comecei a me focar em exercícios de luta e sobrevivência, numa tentativa de fazer aquela sensação de perigo se afastar de mim.
Pensei que a única forma de não sentir mais aquilo era voltar ao parque e acabar com a criatura que me causou aquela sensação. Aparentemente minha família estava preocupada demais comigo e numa decisão desesperada de me impedir, me mandaram para um manicômio, onde para minha sorte comecei a ter experiências sobrenaturais, mas depois falo disso.
Nesse período minha mente mudou, passei a ter no lugar do sentimento de vingança, uma admiração que nem eu mesmo podia entender. Como biólogo sabia da existência da xenobiologia (ciência que estuda criaturas não comuns) e para mim aquilo que tentou me atacar podia ser uma criatura nova. Precisava entender, estudar e no fundo da minha mente, sentir aquele medo novamente, a sensação única de estar vivo.
Nesse momento eu já estava naquele lugar faziam 2 meses, quando os homens com roupas de cientistas chegaram para me levar.
Eles pertenciam a uma organização chamada SCP, eles acreditavam na minha história, sabiam que era real.
Me levaram para entrevistas e exames e me deram um diagnóstico.
Eu era o que eles chamavam de Proxy, uma vítima de um ataque de uma criatura conhecida como  Slender Man, mas de uma forma estranha (provavelmente a queda do penhasco) havia permanecido com minha consciência. Segundo eles meu corpo apresentava algumas alterações que eles queriam estudar, mas um dos agentes responsáveis me deu um presente.
A liberdade de trabalhar para a Organização SCP e poder monitorar algumas criaturas (lendas) para avaliar se precisavam de contensão, entre outros estudos. Segundo eles meu corpo aguentaria o que um corpo normal não poderia, devido as alterações. Mas eu sabia que por aí haveriam outros que eram iguais a mim. Poderiam não ter sido vítimas da mesma criatura, mas tinham aquela sede por ir atrás do medo.
Eu criei meu codinome de agente, Master Hunter, e eles me forneciam todo tipo de informação e ajuda para encontrar esses seres.
Eu sabia que em algum tempo eu encontraria outros, eu estava decidido a criar um clã para me ajudar.
Eu fundaria os Caçadores do Medo!