sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Caçadores do Medo Beta: Epílogo

Acordo...
Fortes luzes sobre mim me fazem não conseguir focar em nada. Assim permaneço ao menos 2 minutos.
Quando finalmente consigo focar em algo percebo que meu corpo não responde. Olho para baixo e vejo algo terrível.
Meu corpo estava magro, como que desnutrido, com várias bolsas de soro sendo mantidas perto.
Mesmo assim aos poucos vou me levantando e olhando aquele lugar. Parecia um quarto de hospital, mas extremamente silencioso.
Consigo me levantar por completo e aos poucos ando cambaleando em direção a porta.
A ultrapasso e logo me deparo com um grande corredor, também vazio. Começo a andar e logo começo a sentir meus movimentos se tornando mais estabilizados, então acelero o passo.
Uma porta adiante. Abro-a cuidadosamente e só vejo um grande salão. O teto do salão era feito em vidro e logo percebo que é noite. Bem no meio do salão existe uma escrivaninha. Só percebo sua presença porque no meio do escuro havia uma pequena luminária em cima da pequena mesa.
Me aproximo cuidadosamente.
Em cima da mesa há um arquivo, a luminária e meus óculos.
Há uma cadeira perto com algo que parecia minha antiga farda.
Ouço um toque de um celular. Ele vem de uma gaveta da escrivaninha. Logo abro e pego o telefone. Nenhum número é mostrado no visor, mas o toque permanece lá. Logo toco na tela atendendo a chamada. Levo o telefone ao ouvido.
“Bem-vindo de volta Orion! Senti sua falta!” disse aquela voz feminina que me fez gelar a alma.



“Anna???”...

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

#ZALGO 36: 100%

As coisas não aconteceram em uma velocidade que desse para explicar, na verdade eu não tive muito tempo para observar os outros trabalharem.
Logo que a luta começou, fiquei tonto e mais sangramentos aconteceram. Passei cerca de 2 minutos agachado esperando aquilo passar, quando Night gritou: “Vamos Master, não estamos com tempo pra isso!”. Ele estava certo, mais alguns minutos e tudo poderia estar perdido para o mundo.
Levantei quando ouvi aquele grunhido terrível, olhei para cima e logo vi que aquela gigante sombra negra estava criando forma, bom, qualquer que fosse meu destino, ia ser mostrado naquela hora. Night se aproximou rapidamente e perguntou se eu estava pronto. Não tive muita opção além de balançar a cabeça afirmativamente e o permitir me levantar. Rapidamente um feixe de luz surgiu diante de nós, o colisor estava ligado. Rapidamente um dos raios daquela sombra gigante foi lançado sobre o colisor, desestabilizando seu funcionamento. No que todos se afastaram pelo forte brilho, Jeff se desviou de sua luta pessoal e correu em direção ao colisor e a Dark. Ao perceber o perigo que a operação corria, Guurg mostrou seus nervos de aço. Correu de forma rápida e alcançou Jeff, este já a cerca de 2 metros de Dark. Foi quando graças ao problema de estabilidade no colisor, um pequeno portal se abriu entre Jeff e Dark, sugando Jeff rapidamente, o qual numa tentativa de se salvar, mas também no intuito de fazer uma ultima maldade, agarrou a camisa de Guurg o levando junto no portal.
Tudo foi muito rápido e logo sabia que sentiria falta do meu primeiro companheiro de caça, mas a vida é feita de escolhas e de alguma forma as dele o levaram a isso. Hora de fazer minha escolha.
Dark conseguiu estabilizar o colisor novamente. Nem um segundo a mais a perder. O tão famoso colisor de Hádrons, a salvação da terra e meu provável fim estava em seu estágio pleno e perfeito para uso. Apontado na direção de Zalgo e logo ligado começou a gerar um barulho ensurdecedor. Era minha hora.
Olhei ao redor e como num movimento do Slender Walking, tudo ficou lento. Calmamente em pouquíssimos segundos pude olhar meus companheiros. Tora Huntress, minha grande amiga, Red Midnight Huntress, minha amada irmã, Dark Hunter, o misterioso gênio da equipe e por fim Night Hunter, meu braço direito nas missões que estava ao meu lado naquele momento, balançando a cabeça para mim em sinal de afirmação.
Como num flash tudo voltou a velocidade normal. Night me ergueu, respirou fundo e realizou o arremesso. A sensação de voar é boa, mesmo quando é em direção a um monstro gigante que quer te matar.
Logo meu corpo alcançou o raio do colisor e estabilizou nele. Respirei fundo e mesmo sentindo o pior medo da minha vida e aquele gosto de sangue vindo na boca me concentrei. Como tudo começou. Juntei todo o fôlego que meus pulmões poderiam suportar e lancei o grito mais forte que eu poderia dar e que eu tinha dado em toda minha vida. Senti uma mudança na sensação do raio que me atingia pelas costas. Pude ver a forma do raio mudando e rapidamente um grande portal negro se abrindo dentro da mancha que seria o corpo de Zalgo. Minha vista começou a ficar turva.
A última coisa que vi foi aquela mancha negra desaparecendo.
A última coisa que ouvi foi uma mistura daquele grunhido  com alguém gritando algo como “corram”.


Bom acho que esse é o fim...

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

#ZALGO 35: 99%

De volta a base, todos já estavam prontos, me olharam e perguntaram onde estive e por que meu semblante estava de repente tão abatido. Sorri para todos e disse que foi só uma caminhada longa pra desestressar. Fui a minha sala e fui colocar minha farda e senti uma estranha sensação como se fosse a última vez que a fosse vestir. Mesmo sem precisar, mas para não perder o costume, coloquei os óculos escuros na cara e saí ao encontro dos outros.
Red logo veio me apresentar oficialmente a novata da equipe. Eu olhei para ela e era Aika, mas logo a mesma me disse que a partir daquele momento seu nome seria Tora Huntress. Mesmo entendendo que era algo bom e um momento de descontração, não dei muita atenção.
Logo nos organizamos para sair. Seriamos divididos em 3 equipes:
Equipe 1: Tora e Red, com suas habilidades relacionadas a controle mental, seriam uma ótima oportunidade de infiltrar na instalação.
Equipe 2: Dark e Night, seriam a junção da força bruta para transportar o colisor com o conhecimento de saber todo o funcionamento e localização.
Equipe 3: Eu, isso mesmo, eu iria sozinho de volta ao Burnhills pra começar a dar um jeito nas coisas lá até que o resto dos caçadores chegasse.
Rapidamente saíram todos e eu permaneci. Fui novamente a minha sala e finalmente pude desabar. A carga extra de horas antes foi muito intensa e logo comecei a tossir e cuspir sangue. Aquela sensação terrível estava de volta, pelo menos dessa vez com um propósito.
Logo cheguei no Burnhills, mas não entrei. Como já havia feito antes fiquei na espreita na floresta. O único problema é que eu não sabia o quão poderoso Zalgo era e logo percebi alguns mini raios caindo dentro do Burnhills. Não demorou nem 2 minutos para algumas pessoas saírem de lá de dentro. Aparentemente eram funcionários, mas estavam todos com as orbitas dos olhos vazados e sorrisos macabros no rosto. Eles corriam bem em minha direção como se soubessem onde eu estava.
Não tive muita opção a não ser correr e enfrentar aquelas pessoas. Eram cerca de 5 pessoas, que avançavam como pessoas famintas a uma mesa com um banquete. Eles não lutavam, mas tentavam me imobilizar e sufocar. Logo percebi que eram paliativos para me impedir de chegar a Zalgo. Precisava então manter essas iscas ocupadas até que os caçadores chegassem e sobreviver.
Quase uma hora depois a equipe finalmente chegou. Dark passava de forma ágil algumas instruções para Night, enquanto o mesmo já preparava o Colisor de Hádrons para o disparo.
Logo um circulo se formou a meu redor me protegendo, o próprio Dark estava lá em posição de batalha.
Tudo pronto para o movimento final.
Foi quando ouvimos aquela risada asquerosa. Nos portões do Burnhills surge Jeff. Quando já ia me preparar para avançar nele, ouvi aquela voz familiar.
“Calma aí maninho, já faz tempo que eu te digo que esse aí é meu!”
Nos viramos para trás e nos deparamos com Guurg Hunter se aproximando com um sorriso no rosto. O desgraçado voltou na hora certa e ainda fez uma entrada triunfal.
Bem...

Todos já tinham seus pares, hora de começar o baile!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

#ZALGO 34: Carga Extra

Após aquela terrível visão, rapidamente fomos envolvidos pelos tentáculos do Slender Man e logo perdemos a consciência. Acordamos em nossa base novamente. Dark estava sentado numa cadeira nos aguardando acordar. Logo perguntamos os avanços que ele tinha conseguido fazer e a resposta foi relativamente satisfatória.
“Seguinte pessoal, nossa melhor alternativa será utilizar um Colisor de Hádrons para mandar Zalgo para uma outra dimensão, dependendo da freqüência ajustada dessa máquina especificamente, funcionaria mais como um buraco negro, sem volta e sem riscos para onde ele fosse. O nosso único problema é que precisamos da interferência para que esse buraco negro seja criado.” Falou Dark em um tom calmo.
Todos nos animamos, seria mais fácil que o esperado e sem riscos! Me adiantei a Dark e disse, vamos começar agora! Com apenas sua mão levantada como quem falasse para parar, entendi que tinha algum porém nesse plano. Sentei e balancei a cabeça para que ele continuasse a falar.
Retomando a palavra ele prosseguiu: “Quando falo que precisamos da interferência, seria uma carga total e máxima de interferência. A mais forte que alguém pudesse lançar. Para que isso aconteça a carga tem que ser centralizada e concentrada, o que significa que você Master, deverá ficar entre o colisor e Zalgo. A carga do colisor será lançada sobre você e com a interferência máxima ativada, seu corpo será o responsável por abrir o buraco negro. Os riscos aqui são variados. Você corre risco de não agüentar e morrer ou ser desintegrado, seu corpo pode ser arremessado para o buraco negro junto com Zalgo, entre outras coisas variadas...
Outro problema nosso é que o colisor por um acaso está dentro de uma das unidades da Fundação. Basicamente é isso que temos em mão. E só temos no máximo 2 dias antes que Zalgo se materialize por completo e ai não tenhamos mais o que fazer.”
O clima na sala ficou pesado. O silencio se manteve por quase um minuto. Antes que alguém ousasse passar por mim e colocar a mão no meu ombro e oferecer uma solução como “você não precisa fazer isso” ou mesmo um “podemos pensar em algo diferente”, me levantei, respirei fundo e falei: “Vamos, o que estamos esperando pra começar? Vocês por acaso não ouviram que só temos 2 dias?”.
Todos mesmo chocados obedeceram a ordem e começaram a organizar a invasão. Aproveitei a agitação e fui rapidamente falar com Dark. Cochichei algo em seu ouvido e apertei sua mão. Ele demonstrou mesmo que de forma implícita, certa apreensão, mas balançou a cabeça positivamente e foi ajudar os outros. Logo saí da base e fui em direção ao antigo hospital onde os proxys ficavam. Entrei e fui em direção ao salão onde haviam as reuniões. Slender estava lá parado como se estivesse esperando a minha visita.
“Vou precisar de uma carga extra...” disse olhando para ele e abrindo um sorriso no canto da boca.


Aquele ruído começou a surgir no meu ouvido...