sábado, 22 de novembro de 2014

#PROXY 33: Reunião de família

No meio do caminho Red despertou. Demos uma rápida parada para descansar o corpo e nos recuperarmos antes da verdadeira batalha.
Nossa entrada foi em grande estilo para avisar que tínhamos chegado.
Night derrubou a porta de entrada da Fundação enquanto Red e eu derrubávamos os soldados com interferência.
Agora com a devida atenção dada, fomos recepcionados pelo presidente da SCP. Com a mesma calma com a qual fui expulso de lá ele me disse que era bom me ver de novo. Avisei que os Caçadores estavam de volta para derrubar a Fundação e terminar com o mal. Minha doce ilusão foi quebrada quando o presidente riu e disse que o mal verdadeiro estava sendo despertado enquanto perdíamos nosso tempo lá. “Piedosamente” ele nos disse para irmos ao Burhills, onde o real espetáculo aconteceria.
Sem parar para mais conversa demos as costas e corremos. Ainda pude ouvir o presidente gritar algo como “mande um abraço pro meu filho quando chegarem lá!”.
Após algum tempo chegamos ao Burnhills e logo entramos. Deixei Red e Night vasculhando o lugar e fui a minha antiga cela procurar Landaw. Nenhum sinal dela. Como era nosso costume virei a cama para olhar embaixo. Lá estava o recado dela:
“Orion, fui liberta daqui, não perca seu tempo procurando por mim. Salve Anna, ela é a chave.”
Após ler isso ouvi aquela risada sarcástica do Jeff. Rapidamente corri para o salão principal e me deparei com Jeff. Aika estava já solta e junto a Red e Night. Ao passar por ele, fui avisado que Jeff tinha uma refém.
Qual não foi minha surpresa ao descobrir que a refém era Anna. Jeff me olhou nos olhos enquanto segurava ela pelos cabelos com a faca posicionada em seu pescoço. Com aquele riso sinistro no rosto perguntou: “Papai mandou lembranças para mim?”
Naquele momento tudo fez sentido. Jeff sempre escapava impune pois o presidente era seu pai. Por isso ele me encontrou tão facilmente quando retornei para casa. Desde o começo eu estava sendo manipulado e afastado do foco do problema para que não atrapalhasse o plano final.
Jeff olhou para Anna e perguntou se ela queria dizer algo antes do Grand Finalle. Ela mesmo com o olhar triste me olhou profundamente nos olhos. Aquele mesmo olhar que nos tínhamos um com o outro desde o começo em que sem palavras, nos entendíamos. Foi a última vez que tive aquele olhar.
Anna sorriu.
Jeff sem pensar deslizou sua navalha no pescoço de Anna, matando-a e gargalhando. Aquela foi a ferida mais profunda que alguém poderia me causar naquele momento.
Em câmera lenta vi seu corpo cair ao chão desfalecido e seu sangue se espalhar por sulcos no chão do salão que ao serem preenchidos formaram um símbolo.
Num instante uma estranha escuridão começou a tomar a sala. Alertei a todos que corressem para fora dali. Ao chegarmos nos portões Slender apareceu novamente.
Já em fúria perguntei o que ele queria dessa vez, que se quisesse me matar podia, pra mim já não fazia diferença. Nesse momento tive outra visão por ele.
Vi vários trechos da minha infância, adolescência e até o começo da minha juventude. Finalmente tinha entendido. Slender Man tinha me escolhido e a minha irmã e nos protegido desde crianças. Éramos as crias mais importantes dele.
O céu estava negro, trovões e ventania se concentravam em cima do Burnhills. Todos os pontos colidiram. Todas as relíquias dos Holders estavam sendo tomadas uma a uma. Anna não era só mais uma paciente lá. Ela era a última holder. O que significava que com todos os objetos reunidos o real problema tinha começado.
Vozes graves e ritmadas como num ritual ecoavam pelo céu.
HE COMES
HE COMES
HE COMES
Pouco a pouco aquela sombra negra e gigantesca começou a surgir no céu.
O maior adversário que eu poderia ter, tinha se tornado real.

Zalgo estava perante os Caçadores do Medo.

#PROXY 32: A Máquina de guerra

Acordei em frente a base dos Caçadores. Slender tinha me deixado lá? Estranho comportamento dele mas na situação atual era hora de aproveitar a boa ação do homem sem face. Entrei na base e todos vieram me receber. Logo que viram meu braço sangrando se assustaram, mas fiz questão de deixar claro que estava bem, e que tínhamos outras prioridades mais urgentes. Falei tudo que tinha ocorrido, desde minha prisão até a captura de Aika por parte de Jeff.
Logo estávamos todos prontos para ir a caça. Só não esperávamos que a caça viesse até nós tão rápido. Ao sairmos da base nos deparamos com Mercenário em pé nos olhando. Dark me olhou e num instante desapareceu na sombra da floresta. Night e Red não foram tão rápidos. Queria alertá-los do perigo, mas eles foram em direção ao inimigo. Ele lançou uma forte interferência em minha direção que derrubou meus companheiros e me lançou longe.
Com o braço comprometido e agora a cabeça batida numa árvore que “amorteceu” minha queda, minha visão se tornara turva. Num impulso de proteger o líder, Night correu em minha direção para prestar socorro. Ao ver a deixa, Mercenário foi avançar com um ataque nele. Red rapidamente se colocou em frente a ele para proteger Night. Boa intenção, terrível decisão. Mercenário não possuía escrúpulos algum e não diferenciava Red como adversário por ser mulher. Na verdade ele parecia mais estimulado a lutar por ela ser mulher.
Red tomou a dianteira e avançou de forma rápida com socos e chutes. Sua mecha parecia brilhar um vermelho intenso que se refletia em seu olhar enquanto ela batia em Mercenário. Por um instante achei que ela seria o suficiente para derrubá-lo, então não me importei de ser ajudado por Night. Outra péssima decisão. Ele de forma covarde tirou o capuz e a máscara revelando a face semelhante a minha. Red hesitou, e na deixa dela Mercenário revelou sua verdadeira força. Ele começou por um soco em sua barriga. No impulso de se curvar, Red abriu a guarda. Ele se aproveitou e a ergueu pelos cabelos e logo a puxou para si acertando-a em cheio na face com seu joelho esquerdo. Night já estava me segurando pelo braço quando vimos a seqüência de golpes mais brutais contra uma mulher acontecer. Eu pude sentir Night apertar meu braço. Ele estava no auge da tensão. Sem perder tempo falei para que ele me arremessasse contra Mercenário e fosse resgatar Red. Em seu estado de mente normal ele me questionaria, mas dessa vez nem esperou 2 segundos e já realizou o arremesso. A essa altura a dor do impacto foi nula perto da sensação de ter aquele monstro afastado da minha irmã.
Lembro de ver Night olhando para cima e gritando, enquanto estava ajoelhado no chão com Red em seus braços desacordada. O vermelho de seus cabelos se misturava com o sangue que derramava por suas feridas. Mercenário me levantou e me olhou nos olhos. Rindo perguntou se aquilo era o melhor que eu tinha guardado. Sua risada foi quebrada quando eu gargalhei, olhei em seus olhos e disse: “Aquela é minha irmã, seu verme, e quanto a minha melhor arma? Você acabou de ligar ela...”
Lembro de ter sido largado no chão enquanto Mercenário se virava para olhar para Night, o qual já estava com o punho enterrado na face de seu alvo. Finalmente entendi o porque de Night ter sido um dos escolhidos na SCP e o porque de ter sido meu treinador. Ele era uma máquina, literalmente. Partes do seu corpo eram robóticas e muito fortes. Ele não deu uma brecha sequer para que Mercenário reagisse ou mesmo pensasse. A violência e a força que ele usou contra Red foram usadas 3 vezes mais fortes contra ele. Me levantei e segurei minhas têmporas e olhei para Night. Ele parou um segundo e olhou para Mercenário. Este só conseguia se manter em pé e nada além. Night o ergueu e com um soco o arremessou em minha direção. Me concentrei e com toda minha força lancei uma carga de interferência contra o corpo que se aproximava de mim. Pude ver Mercenário se desintegrar e sumir antes mesmo de encostar em mim.
Era o fim de mais um vilão.
Precisávamos seguir em frente e nos dirigimos a sede da SCP. Eu com o braço sangrando e Night carregando Red em suas costas.

Uma péssima sensação tomava meu coração ao pensar em retornar ao meu “lar”.

#PROXY 31: Amigo ou Inimigo?

Assustado logo a larguei e me levantei. Não tinha reação para esse tipo de situação, até porque já tinha gostado de Aika, mas depois de conhecer Anna tudo tinha mudado. Ela me olhou de forma estranha, e de tão assustado com a notícia nem percebi que ela tinha vasculhado toda minha memória em instantes. Ela também se levantou e logo começou a fazer muitas perguntas que logo foram caladas quando perplexo perguntei: “Aika, você ta apaixonada por mim?”.
Ela se afastou e ameaçou correr, mas ela já tinha visto o que eu podia fazer e parou. Ela voltou a me encarar e sorriu. Seu olhar dizia tudo. Ela não era a única estranha ali. Na verdade naquele momento ela era a menos estranha. Começou a chover forte. O clima era ideal para uma cena romântica.
Seria até Aika começar a ter um sangramento nasal e cair ao chão desmaiada. O som da interferência tão familiar veio aos meus ouvidos. Liberei um pouco da minha para anulá-la. A 20 metros de mim estava ele, Slender Man, mesmo sem face ou expressão, podia sentir fúria transparecendo dele. Num instante tive uma visão. Pude ver diante dos meus olhos a cena de Mercenário em luta com os proxys. Logo me lembrei que foi no momento em que resgatei Red. A visão era brutal. Tudo aquilo que eu sentia de ruim estava personificado em Mercenário e sem limites. Mesmo não gostando dos proxys e holloweds fiquei chocado com o que via. Mercenário os matou um a um. Podia sentir durante a visão a fúria que Slender transmitia. Naquele momento meu pensamento foi nas nuvens e finalmente entendi como as missões eram passadas aos proxys. Naquele momento Slender já avançou com todas as forças sobre mim. Sem entender o que estava acontecendo comecei a recuar e desviar. Seus inúmeros tentáculos avançavam em pontos como coração e cérebro. Ele estava em sua forma mais mortal. Eu não sobreviveria nem mais 5 minutos naquela luta. Minha cabeça estava preocupada demais com Aika. Num momento de descuido fui olhar Aika se levantando, ela me olhou e gritou. Senti aquela forte pontada em meu braço direito. Olhe e vi um tentáculo atravessando-o e o prendendo, Slender se aproximava.
Como fui ser tão estúpido? Só naquele momento entendi que Slender me atacava com tanto ódio porque viu Mercenário matar seus subordinados. O problema é que Mercenário e eu tínhamos a mesma cara. Ele estava achando que fui eu. O acompanhei se aproximar vagarosamente em passos pesados e preparar sua mão como quem iria atravessar alguém com uma lamina. Quando ele ergueu a mão para atacar e veio lancei um soco em direção a sua cabeça. Naquele momento ambos paramos antes de finalizar o movimento. Eu precisava tentar mostrar a ele a verdade. Comecei a imaginar a cena real e lancei uma interferência. Aparentemente funcionou pois após a cena ele se afastou e me largou.
Fiquei o olhando e ele parado em frente a mim. Senti um ar de paz entre nós (embora isso soe muito estranho). A paz foi quebrada com o grito de Aika. Ambos nos viramos para ela e vimos aquela criatura sombria a segurando com sua faca preparada parar cortar seu pescoço e aquele sorriso sádico pronto para se alimentar do horror dos outros.

Num movimento inesperado, Slender me prendeu por um dos tentáculos e então desaparecemos...