sábado, 22 de novembro de 2014

#PROXY 33: Reunião de família

No meio do caminho Red despertou. Demos uma rápida parada para descansar o corpo e nos recuperarmos antes da verdadeira batalha.
Nossa entrada foi em grande estilo para avisar que tínhamos chegado.
Night derrubou a porta de entrada da Fundação enquanto Red e eu derrubávamos os soldados com interferência.
Agora com a devida atenção dada, fomos recepcionados pelo presidente da SCP. Com a mesma calma com a qual fui expulso de lá ele me disse que era bom me ver de novo. Avisei que os Caçadores estavam de volta para derrubar a Fundação e terminar com o mal. Minha doce ilusão foi quebrada quando o presidente riu e disse que o mal verdadeiro estava sendo despertado enquanto perdíamos nosso tempo lá. “Piedosamente” ele nos disse para irmos ao Burhills, onde o real espetáculo aconteceria.
Sem parar para mais conversa demos as costas e corremos. Ainda pude ouvir o presidente gritar algo como “mande um abraço pro meu filho quando chegarem lá!”.
Após algum tempo chegamos ao Burnhills e logo entramos. Deixei Red e Night vasculhando o lugar e fui a minha antiga cela procurar Landaw. Nenhum sinal dela. Como era nosso costume virei a cama para olhar embaixo. Lá estava o recado dela:
“Orion, fui liberta daqui, não perca seu tempo procurando por mim. Salve Anna, ela é a chave.”
Após ler isso ouvi aquela risada sarcástica do Jeff. Rapidamente corri para o salão principal e me deparei com Jeff. Aika estava já solta e junto a Red e Night. Ao passar por ele, fui avisado que Jeff tinha uma refém.
Qual não foi minha surpresa ao descobrir que a refém era Anna. Jeff me olhou nos olhos enquanto segurava ela pelos cabelos com a faca posicionada em seu pescoço. Com aquele riso sinistro no rosto perguntou: “Papai mandou lembranças para mim?”
Naquele momento tudo fez sentido. Jeff sempre escapava impune pois o presidente era seu pai. Por isso ele me encontrou tão facilmente quando retornei para casa. Desde o começo eu estava sendo manipulado e afastado do foco do problema para que não atrapalhasse o plano final.
Jeff olhou para Anna e perguntou se ela queria dizer algo antes do Grand Finalle. Ela mesmo com o olhar triste me olhou profundamente nos olhos. Aquele mesmo olhar que nos tínhamos um com o outro desde o começo em que sem palavras, nos entendíamos. Foi a última vez que tive aquele olhar.
Anna sorriu.
Jeff sem pensar deslizou sua navalha no pescoço de Anna, matando-a e gargalhando. Aquela foi a ferida mais profunda que alguém poderia me causar naquele momento.
Em câmera lenta vi seu corpo cair ao chão desfalecido e seu sangue se espalhar por sulcos no chão do salão que ao serem preenchidos formaram um símbolo.
Num instante uma estranha escuridão começou a tomar a sala. Alertei a todos que corressem para fora dali. Ao chegarmos nos portões Slender apareceu novamente.
Já em fúria perguntei o que ele queria dessa vez, que se quisesse me matar podia, pra mim já não fazia diferença. Nesse momento tive outra visão por ele.
Vi vários trechos da minha infância, adolescência e até o começo da minha juventude. Finalmente tinha entendido. Slender Man tinha me escolhido e a minha irmã e nos protegido desde crianças. Éramos as crias mais importantes dele.
O céu estava negro, trovões e ventania se concentravam em cima do Burnhills. Todos os pontos colidiram. Todas as relíquias dos Holders estavam sendo tomadas uma a uma. Anna não era só mais uma paciente lá. Ela era a última holder. O que significava que com todos os objetos reunidos o real problema tinha começado.
Vozes graves e ritmadas como num ritual ecoavam pelo céu.
HE COMES
HE COMES
HE COMES
Pouco a pouco aquela sombra negra e gigantesca começou a surgir no céu.
O maior adversário que eu poderia ter, tinha se tornado real.

Zalgo estava perante os Caçadores do Medo.

#PROXY 32: A Máquina de guerra

Acordei em frente a base dos Caçadores. Slender tinha me deixado lá? Estranho comportamento dele mas na situação atual era hora de aproveitar a boa ação do homem sem face. Entrei na base e todos vieram me receber. Logo que viram meu braço sangrando se assustaram, mas fiz questão de deixar claro que estava bem, e que tínhamos outras prioridades mais urgentes. Falei tudo que tinha ocorrido, desde minha prisão até a captura de Aika por parte de Jeff.
Logo estávamos todos prontos para ir a caça. Só não esperávamos que a caça viesse até nós tão rápido. Ao sairmos da base nos deparamos com Mercenário em pé nos olhando. Dark me olhou e num instante desapareceu na sombra da floresta. Night e Red não foram tão rápidos. Queria alertá-los do perigo, mas eles foram em direção ao inimigo. Ele lançou uma forte interferência em minha direção que derrubou meus companheiros e me lançou longe.
Com o braço comprometido e agora a cabeça batida numa árvore que “amorteceu” minha queda, minha visão se tornara turva. Num impulso de proteger o líder, Night correu em minha direção para prestar socorro. Ao ver a deixa, Mercenário foi avançar com um ataque nele. Red rapidamente se colocou em frente a ele para proteger Night. Boa intenção, terrível decisão. Mercenário não possuía escrúpulos algum e não diferenciava Red como adversário por ser mulher. Na verdade ele parecia mais estimulado a lutar por ela ser mulher.
Red tomou a dianteira e avançou de forma rápida com socos e chutes. Sua mecha parecia brilhar um vermelho intenso que se refletia em seu olhar enquanto ela batia em Mercenário. Por um instante achei que ela seria o suficiente para derrubá-lo, então não me importei de ser ajudado por Night. Outra péssima decisão. Ele de forma covarde tirou o capuz e a máscara revelando a face semelhante a minha. Red hesitou, e na deixa dela Mercenário revelou sua verdadeira força. Ele começou por um soco em sua barriga. No impulso de se curvar, Red abriu a guarda. Ele se aproveitou e a ergueu pelos cabelos e logo a puxou para si acertando-a em cheio na face com seu joelho esquerdo. Night já estava me segurando pelo braço quando vimos a seqüência de golpes mais brutais contra uma mulher acontecer. Eu pude sentir Night apertar meu braço. Ele estava no auge da tensão. Sem perder tempo falei para que ele me arremessasse contra Mercenário e fosse resgatar Red. Em seu estado de mente normal ele me questionaria, mas dessa vez nem esperou 2 segundos e já realizou o arremesso. A essa altura a dor do impacto foi nula perto da sensação de ter aquele monstro afastado da minha irmã.
Lembro de ver Night olhando para cima e gritando, enquanto estava ajoelhado no chão com Red em seus braços desacordada. O vermelho de seus cabelos se misturava com o sangue que derramava por suas feridas. Mercenário me levantou e me olhou nos olhos. Rindo perguntou se aquilo era o melhor que eu tinha guardado. Sua risada foi quebrada quando eu gargalhei, olhei em seus olhos e disse: “Aquela é minha irmã, seu verme, e quanto a minha melhor arma? Você acabou de ligar ela...”
Lembro de ter sido largado no chão enquanto Mercenário se virava para olhar para Night, o qual já estava com o punho enterrado na face de seu alvo. Finalmente entendi o porque de Night ter sido um dos escolhidos na SCP e o porque de ter sido meu treinador. Ele era uma máquina, literalmente. Partes do seu corpo eram robóticas e muito fortes. Ele não deu uma brecha sequer para que Mercenário reagisse ou mesmo pensasse. A violência e a força que ele usou contra Red foram usadas 3 vezes mais fortes contra ele. Me levantei e segurei minhas têmporas e olhei para Night. Ele parou um segundo e olhou para Mercenário. Este só conseguia se manter em pé e nada além. Night o ergueu e com um soco o arremessou em minha direção. Me concentrei e com toda minha força lancei uma carga de interferência contra o corpo que se aproximava de mim. Pude ver Mercenário se desintegrar e sumir antes mesmo de encostar em mim.
Era o fim de mais um vilão.
Precisávamos seguir em frente e nos dirigimos a sede da SCP. Eu com o braço sangrando e Night carregando Red em suas costas.

Uma péssima sensação tomava meu coração ao pensar em retornar ao meu “lar”.

#PROXY 31: Amigo ou Inimigo?

Assustado logo a larguei e me levantei. Não tinha reação para esse tipo de situação, até porque já tinha gostado de Aika, mas depois de conhecer Anna tudo tinha mudado. Ela me olhou de forma estranha, e de tão assustado com a notícia nem percebi que ela tinha vasculhado toda minha memória em instantes. Ela também se levantou e logo começou a fazer muitas perguntas que logo foram caladas quando perplexo perguntei: “Aika, você ta apaixonada por mim?”.
Ela se afastou e ameaçou correr, mas ela já tinha visto o que eu podia fazer e parou. Ela voltou a me encarar e sorriu. Seu olhar dizia tudo. Ela não era a única estranha ali. Na verdade naquele momento ela era a menos estranha. Começou a chover forte. O clima era ideal para uma cena romântica.
Seria até Aika começar a ter um sangramento nasal e cair ao chão desmaiada. O som da interferência tão familiar veio aos meus ouvidos. Liberei um pouco da minha para anulá-la. A 20 metros de mim estava ele, Slender Man, mesmo sem face ou expressão, podia sentir fúria transparecendo dele. Num instante tive uma visão. Pude ver diante dos meus olhos a cena de Mercenário em luta com os proxys. Logo me lembrei que foi no momento em que resgatei Red. A visão era brutal. Tudo aquilo que eu sentia de ruim estava personificado em Mercenário e sem limites. Mesmo não gostando dos proxys e holloweds fiquei chocado com o que via. Mercenário os matou um a um. Podia sentir durante a visão a fúria que Slender transmitia. Naquele momento meu pensamento foi nas nuvens e finalmente entendi como as missões eram passadas aos proxys. Naquele momento Slender já avançou com todas as forças sobre mim. Sem entender o que estava acontecendo comecei a recuar e desviar. Seus inúmeros tentáculos avançavam em pontos como coração e cérebro. Ele estava em sua forma mais mortal. Eu não sobreviveria nem mais 5 minutos naquela luta. Minha cabeça estava preocupada demais com Aika. Num momento de descuido fui olhar Aika se levantando, ela me olhou e gritou. Senti aquela forte pontada em meu braço direito. Olhe e vi um tentáculo atravessando-o e o prendendo, Slender se aproximava.
Como fui ser tão estúpido? Só naquele momento entendi que Slender me atacava com tanto ódio porque viu Mercenário matar seus subordinados. O problema é que Mercenário e eu tínhamos a mesma cara. Ele estava achando que fui eu. O acompanhei se aproximar vagarosamente em passos pesados e preparar sua mão como quem iria atravessar alguém com uma lamina. Quando ele ergueu a mão para atacar e veio lancei um soco em direção a sua cabeça. Naquele momento ambos paramos antes de finalizar o movimento. Eu precisava tentar mostrar a ele a verdade. Comecei a imaginar a cena real e lancei uma interferência. Aparentemente funcionou pois após a cena ele se afastou e me largou.
Fiquei o olhando e ele parado em frente a mim. Senti um ar de paz entre nós (embora isso soe muito estranho). A paz foi quebrada com o grito de Aika. Ambos nos viramos para ela e vimos aquela criatura sombria a segurando com sua faca preparada parar cortar seu pescoço e aquele sorriso sádico pronto para se alimentar do horror dos outros.

Num movimento inesperado, Slender me prendeu por um dos tentáculos e então desaparecemos...

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

#PROXY 30: É possível amar, quando se é um monstro?

“E então meses se passaram, derrotei escondido de Aika os vilões um a um, deixei ela em segurança e retornei aos Caçadores sem problema algum...”
Ah, eu queria ter acordado meses depois de minha prisão e dizer isso, mas não, tudo comigo precisa de um toque de complicação.
Aika já estava morando comigo há uns dias. Tive que ficar em um hotel de estrada com ela no mesmo quarto. Já faziam dias que eu não dormia. Uma piscada mais demorada e ela estava lá, invadindo minha mente. Os dias pareciam uma eternidade. Ainda que nós conversássemos muito e ríssemos o dia todo, ela estava pronta pra me “ler” a qualquer segundo.
Mais do que ninguém, eu conhecia Aika e sabia do seu lado mais obscuro. O lado de quem sofria calada e não se abria absolutamente com ninguém. Esses últimos dias ela vinha agindo diferente comigo. Mesmo so tendo a mim por dias para conversar, cada vez menos ela falava. Era como se aquele lado negro dela estivesse presente, mesmo comigo vendo aquilo.
Ela no geral não transparecia esse lado para ninguém. Apenas quando estava sozinha, é que esse lado aparecia. Era quando ela demonstrava suas fraquezas. Até comigo ela escondia isso, mesmo eu sabendo da existência desse lado.
Acordei um certo dia com a pior angústia que pude sentir. Era uma sensação tão ruim quanto aquela que senti quando passei pelo simulador da escadaria do SCP-87. Acordei desnorteado, olhei para o lado e vi Aika dormindo. Decidi sair. Ela vai ficar furiosa comigo, mas eu aguento. Preciso de ar, respirar um pouco em paz.
Ainda é cedo. Tomo um banho e ponho uma roupa qualquer. Ligo a televisão para ver o noticiário. Estranhas coisas estavam acontecendo. Mortes outros eventos estavam ficando mais frequentes, mas o pior de tudo é que avaliando estavam vindo de pontos diferentes e se direcionando a minha cidade. Parecia uma grande ironia: Jeff, Slender e os proxys, Mercenário e a SCP, meus quatro piores inimigos, cada um vindo de um ponto diferente em direção a minha cidade. Em um desenho isso formaria o símbolo do Caçadores do Medo. Nesse momento entendi que eu precisava resolver tudo antes que fosse tarde demais.
Quando me toquei, Aika já tinha acordado e estava com uma cara assustada para a televisão. Me olhou e perguntou onde eu pensava em ir. Respondi que só iria andar um pouco. Ela disse que iria comigo, que eu precisaria de escolta com tantos criminosos a solta. Insisti para que ela me deixasse um pouco só, mas ela disse que não era uma opção.
Começamos a andar pelos arredores do hotel, saímos para o parque. Nos divertimos. Em certo momento peguei suas mão e a olhei nos olhos.
“Aika, você viu o noticiário. Uma onda de crimes e situações não comuns estão se aproximando da cidade. Eu sei que você está cumprindo seu dever, mas você sabe que eu estou envolvido com essa situação do Jeff e ele não vai perdoar ninguém que esteja ao meu redor. Por favor saia da cidade agora de manhã ainda. Deixe-me lidar com isso só. Ao menos dessa vez me dê ouvidos. O que vêm aí...” estava falando quando ela me interrompeu colocando o dedo em minha boca, me calando.
Fiquei esperando que ela fosse falar algo, mas o silencio foi minha resposta. Ficamos nos olhando alguns segundos. Me perdi em seu olhar, quando ela pronunciou aquela palavra que me gelou o coração e me fez voltar a realidade.
“MASTER...o que isso significa?” disse ela com cara de dúvida e curiosidade.
Não me contive e explodi com ela. Disse que ela não podia ficar vasculhando minha mente daquela forma. Aquilo já tinha passado do limite e estourado minha paciência. Que ela já estava se tornando uma pessoa paranoica e que não aguentava mais passar um segundo ao lado dela.
Descontei meu nervosismo, sem querer, nela. Ela travou. Retirou as mãos de cima das minhas, pegou sua bolsa e saiu. Não fiz força de ir atrás dela. Queria muito aproveitar a brecha e voltar a base, mas poderia estar sendo observado.
Voltei ao hotel. Fiquei até o anoitecer. Resolvi sair do quarto. Era hora de enfrentar algum dos perigos.
Após muito rodar pelas florestas, começou a chover fortemente. Cheguei a uma casa abandonada. Logo entrei de forma silenciosa e fui vasculhando o ambiente. Logo me deparo um um barulho no andar de cima. Quando começo a correr vejo alguém se lançando pela janela do 1° andar para fora da casa e tentar correr. Com um pouco de Slender Walking rapidamente derrubei quem fosse no chão. Quando olhei, era Aika, chorando e me esmurrando para que a soltasse. Eu estava vendo ela no seu estado mais vulnerável. Do nada um forte trovão soa muito próximo a nós. Com o susto nossas habilidades foram ativadas ao mesmo tempo. Do nada consegui ler a mente dela e vi algo que era pior que ter que enfrentar 4 grupos diferentes de vilões.

Aika estava apaixonada por mim...

#PROXY 29: Aika, a leitora de mentes

Aika não era uma pessoa qualquer. Quando pequenos e estávamos brincando ela sempre sabia onde eu estava. Sempre adivinhava qual número eu pensava, sabia minhas próximas jogadas. Eu sabia que ela sabia tudo que eu iria fazer e de certa forma aprendi a bloquear ela. Sempre que eu via que ela se concentrando para me “ler”, eu só precisava pensar em uma parede, nuvem, escuridão, qualquer coisa que criasse uma barreira para o que ela queria.
Ela havia mudado muito, mas aqueles olhos eu conhecia de longe. Por mais que eu tivesse me concentrado em não esboçar mais surpresa que minha cara já entregava, ela não fez questão de esconder a surpresa.
“Orion? É você? Oh my God, quanto tempo!” disse ela esquecendo a situação em que estávamos por alguns instantes. Após isso ela se recompôs e retornou a seriedade.
Acenei com as mãos algemadas e uma cara de vergonha pela forma como estava. Aparentemente, Aika tinha grande influencia na polícia e logo ordenou que as algemas fossem retiradas e que eu a acompanhasse até sua sala.
Lá ela perguntou como eu tinha ido parar lá. Envergonhado expliquei tudo que havia acontecido. Das mortes, do Jeff. Acima de tudo não podia falar para ela sobre o Slender, os proxys e o Caçadores do Medo. Ela me ouvia e logo percebi aquela cara de quem ia tentar ler minha mente. Logo pensei numa parede. Fiquei em silencio olhando para a cara dela até ela desistir.
Ela riu, disse que não era tão ruim quanto antigamente, me parabenizou por lembrar como bloqueá-la e logo ficando séria perguntou o significado de um circulo com quatro setas apontadas para dentro. Como? Ela conseguiu ver o símbolo do Caçadores. Ela realmente estava mais forte. Disse a ela que não tentasse ir adiante daquele símbolo e que confiasse em mim ao menos quanto a isso. Aparentemente só agucei a vontade dela de ir a diante. Como uma investigadora profissional ela disse que daquele momento em diante estaria 24 horas do dia colada em mim.
Isso significava que eu teria que a vigiar o tempo todo e não poderia retornar a base nem tão cedo. Por outro lado, também teria que a proteger de tudo que fosse me perseguir nesses dias.
Eu estava cada vez mais encurralado nessa dimensão...

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

#PROXY 28: Burnhills, tão perto, tão longe

Night me olhou desconfiado e logo saiu de perto. Dark de longe já fazia ideia do que vinha. Ela acordou e logo foi apresentada aos outros da equipe. Night desde que soube do parentesco adotava uma postura quase militar quando eu estava por perto. Acho que foram aproximadamente 5 dias de relaxamento. Conversávamos como se já nos conhecêssemos anos atrás. Éramos pessoas normais. Red estava sempre conversando com Night e o mesmo parecia uma estátua. Eu e Dark riamos muito dessas cenas. Num momento de descontração lembrei-me de perguntar a Dark, qual hospício eles tinham visitado. Dark parou em seriedade e me olhou. Ele em tom de quem havia cometido um erro terrível me falou. O hospício que eles haviam estado era o BurnHills.
Num salto da cadeira, olhei para ele assustado. Na verdade estava tão surpreso e assustado que terminei soltando uma pequena carga de interferência. Red segurou minha mão e logo me recompus. Lá estavam Anna e Landaw. Precisava salvá-las. Quando anunciei minha ida ao hospício, todos se animaram. Levantaram-se e foram arrumar seus equipamentos, mas logo gritei. Todos me olharam sem entender. Com calma então disse que eu iria só. Além de Mercenário e Jeff, a SCP poderia estar lá. Era uma missão de um homem só. Passei por Dark e falei em seu ouvido para ficar de olho nas noticias, para saber se algo seria externado. Passei por Red e depositei um beijo em sua testa. Prometi que voltaria logo. Passei por Night e o abracei. Com ele próximo falei para cuidar de Red. Ele novamente corou mas respondeu com um “Sim Senhor!”.
Logo saí da base. Em algumas horas estava me aproximando do terreno do Burnhills. Precisava ser discreto. Passei algumas horas observando o movimento até o anoitecer. Decidi que era a hora de entrar. Sutilmente me aproximei do portão. Já estava pronto para pulá-lo quando aquelas luzes se acenderam em minha direção. Uma voz num megafone mandava eu me render. Se eu agisse agora seria pior. Levantei os braços e ajoelhei. Logo fui empurrado para uma viatura e levado para algum lugar. Por estar vendado, não consegui identificar onde estava exatamente, mas parecia  uma sala de interrogatório. Logo um senhor entrou na sala e me olhou.
“Como você não quer ser encarado como assassino de sua família, se fugiu desse jeito?” disse o detetive.
Nesse momento me recordei que eu estava sob observação, quando lutei com Jeff e acabei me unindo aos proxys. Nesse momento a porta da sala se abriu. Quando aquela pessoa entrou, ficou tão assustada e surpresa quanto eu.

“Orion, é você mesmo?” disse Aika, minha melhor amiga desde que era pequeno e uma pessoa que eu tinha que ter todo cuidado do mundo para não descobrir a verdade.

#PROXY 27: Retorno ao cativeiro

Após sofrer forte efeito daquela interferência, desmaiei. Lembro-me de acordar no mesmo lugar com um bilhete ao meu lado. Nele havia escrito “este é o começo do jogo...”.
Levantei e logo saí daquela construção. Rapidamente achei o caminho de volta para a base. Chegando lá encontrei uma cena inesperada. Night e Dark estavam arrumando equipamento e fardamento para sair. Perguntei por Guurg e a resposta que tive foi terrível. Ele havia deixado o grupo. Aparentemente sua obsessão em caçar o Jeff e toda a situação do meu desaparecimento o fez se revoltar. Éramos apenas três naquele momento. Perguntei o que era tudo aquilo.
Night com um sorriso no rosto disse: “Temos uma grande pista sobre os assaltos aos hospícios. Acho que podemos impedir o próximo!”.
Sem perder muito tempo mandei que fossem indo, que tinha outras coisas pra resolver. Assim que saíram, preparei minha farda e me dirigi ao hospital onde os proxys se escondiam. Era a hora de resgatar minha irmã!
Rapidamente me infiltrei no terreno, mas fiz questão de me posicionar em frente a construção. Não demorou muito para que os proxys aparecessem. Todos eles. Em minha frente estavam Distort, Run, Sick e os Holloweds. De fundo podia ver Red próxima a porta. Ela estava sentada no chão, mas ao me ver logo levantou. Distort tomou a frente e se aproximando perguntou o que eu queria fazendo ali depois de tudo. Tentei explicar que estava sobre controle do poder e não me controlava. Ele riu. Disse que aquela tinha sido a pior desculpa para trair o grupo.
Sem muita cerimônia todos vieram me atacar e eu não pude deixar de revidar. A luta foi intensa e por alguns instantes eu estava indo bem. Red viu minha situação e tentou entrar na luta. Foi nesse momento que o pior aconteceu. Ouvimos Red gritar. Automaticamente paramos a luta e olhamos para a entrada do hospital. Mercenário estava segurando Red pelo pescoço e a jogou na grama. Logo anunciou que iria matar a todos naquele lugar. Enquanto os proxys mesmo sem entender quem era aquele avançavam com tudo nele, corri e peguei Red nos braços e sai correndo dali.

O cansaço me deixou mais lento, mas saber que parte dos meus problemas acabariam com aquilo me deram força pra continuar. Logo cheguei na base. Os outros haviam acabado de chegar também. Estranharam quando deitei um corpo sobre a mesa. Logo tratei de tirar seu capuz e remover sua máscara. Night se aproximou e corou ao olhar ela. Ele olhou para ela e involuntariamente disse: “Ela é linda!”. Sem perder muito tempo, completei: “e é minha irmã...”.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

# PROXY 26: Mercenário

Pensei em esmurrar a porta, gritar ou até questionar, mas logo percebi que quem tinha me colocado ali tinha sido Dark. Da última vez que ele me deu um livro pra ler ou mandou fazer algo, terminou por salvar minha vida. Querendo ou não eu tinha passado tempo demais com os proxys e tinha me esquecido que enquanto isso acontecia, mais hospícios foram invadidos e mais elementos foram coletados dos Holders para invocar Ele. O melhor a fazer era ler o livro e resolver minha vida.
O pior de tudo é que eu era claustrofóbico, então naturalmente não me sentia nem um pouco confortável naquela sala, o que dificultaria qualquer concentração. Ainda assim era necessário focar e fazer os procedimentos.
Comecei a ler o livro, aparentemente o que Dark queria que eu fizesse era criar uma cópia minha usando a força da minha mente. Ainda não via onde aquilo resolveria meu problema, mas dei inicio. Criei um amigo (ou inimigo) imaginário e o chamei de Mercenário. Conversei com ele sem muita esperança durante o primeiro dia. Minha conversa consistia em dizer que mesmo sendo criação minha eu já o odiava por tudo que ele carregaria de mim.
O segundo dia tinha chegado, havia dormido com o livro sob minha cabeça. Sem um espelho pra me ver, apenas o tato me guiava. Passei a mão em meu rosto e o senti da mesma forma. Sem boca, sem olho, sem avanço. Nesse dia li mais alguns passos do livro e voltei a conversar com Mercenário. A agonia em saber que o tempo estava passando e nada se resolvia não deixaram o dia ser muito produtivo. Ainda assim persisti para não perder o dia. Periodicamente bolsas de soro eram deixadas próximas a porta da sala, já que não poderia me alimentar normalmente.
O terceiro dia iniciou-se com gritaria. Não sabia o que havia acontecido, mas também não poderia deixar me influenciar. Esse dia passou rápido, mas foi proveitoso. Conversei com Mercenário o dia todo. Fiz uma experiência que deu certo. Coloquei o livro em minha frente e pedi para ele mover o livro de lugar. Foram só 2cm mas valeram todo o esforço até agora. Eu tinha chances. Parabenizei ele e fui dormir.
O quarto e o quinto dia foram cruciais. Coloquei o abajur no centro da sala e em frente a ele o livro. Pedi imaginariamente que Mercenário sentasse do outro lado da sala. Conversamos bastante. No inicio eu criava as perguntas e respostas. Nesses dias as respostas vinham direto aos meus ouvidos. No quarto dia pude ver apenas uma mancha sendo formada ao fundo da sala, enquanto que no quinto já era possível ver uma forma humana, mas indefinida.
No sexto dia foi mais calmo. O abajur era como uma linha divisória entre nós dois. Nenhum dos dois cruzava a linha. Na verdade nenhum dos dois desgrudava de sua parede. Eu sabia que alguém estava lá, sua forma era perfeita, mas não conseguia distinguir quem era ou como era.
O sétimo dia começou de forma crítica. Abri o olho a tempo apenas de ver um vulto se lançando sobre mim e outro atingindo-o fortemente. Assustado levantei e vi Dark ao meu lado. Ele rapidamente falou: “Vamos Master, última parte. Direcione um pensamento firme sobre se livrar de tudo que ficou de ruim em seu corpo para ele e lance uma interferência. Rápido, ele já está consciente!”.
O Doppelganger tinha minha forma como Proxy, as roupas, casaco, máscara. Hora de dar a ele o ponto final. Respirei fundo e lancei com toda a concentração que meu corpo permitia a interferência em Mercenário. Ele rapidamente se debateu e caiu. Um forte queimor se espalhou forte sobre todo meu corpo. Cai ao chão e gritei forte. Exatamente, gritei. Naquele momento percebi que eu estava de volta. Tinha minha boca, meus dois olhos e não sentia mais aquele peso sobre minha cabeça.
Pude levantar com a ajuda de Dark. Sem perder muito tempo fui puxado para fora da sala. “Vamos a um lugar especial!” disse Dark com cara de quem armava algo. Fui levado a uma construção abandonada para mais um experimento. Dark começou a gravar e então do outro lado da câmera pediu para que eu lançasse a interferência. Tentei por várias vezes e apenas uma fraca carga saía. Dark me olhou nos olhos e me mostrou que nem dos óculos eu precisava mais. Estava tudo bem. Era só direcionar e liberar. Respirei fundo e olhei para a câmera. Liberei uma carga com força fraca, mas bem melhor que as tentativas anteriores. Dark sorriu. A interferência tinha funcionado perfeitamente.
Levantamos e apertamos as mãos.
“Devemos contar aos outros sobre isso?” perguntei.
“Não, não agora.” Respondeu Dark, em tom mais sério, “Vamos nessa!”.
“Vamos salvar o mundo!” disse a ele quebrando a tensão.
Ele saiu andando na frente. Fiquei para trás quando senti aquela sensação familiar, o efeito da distorção. Ouvi um barulho e tentei levantar, mas a carga da interferência aumentou. Das sombras daquela sala saiu quem eu menos esperava.
Mercenário surgiu e calmamente andou em minha direção.Ele começou a tirar o capuz e em seguida a máscara. O que vi, mesmo com a visão turva era muito mais perturbador que o fim do mundo.

Mercenário tinha exatamente meu rosto.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

# PROXY 25: Hora da leitura

Eles olhavam atonitos para mim. Não sabiam como reagir. Precisei escrever o que estava acontecendo comigo. Estava perdendo o controle e poderia ser um perigo para todos. Salvar o mundo era responsabilidade deles agora.
Um clima pesado pairava sobre a sala. Night não perdeu muito tempo e perguntou se havia jeito de resolver aquilo. Dark logo se pronunciou:
“Me deem algum tempo para pesquisar. Tenho certeza que há algo a ser feito!” disse ele tentando parecer animado, mas transparecendo todo o nervosismo.
Night era muito focado no trabalho, demais até. Sem uma figura de líder ele parecia perdido. Nada mais podia fazer. Não poderia deixar um monstro liderar os heróis.
Escrevi num papel “Acabou, não tem mais caçadores, mais nada. Cada um lute por sua vida. Não posso mais.” Ele mal pegou o papel e já desferiu um soco em meu rosto. Cai no chão, mas não reagi, apenas deixei ele continuar. Ele bateu até ficar sem forças e em seguida caiu de joelhos em minha frente. Olhei para ele e sua feição era de desespero. Seu olhar era de quem não tinha mais pra onde correr. Como se continuar vivo dependesse daquilo. Ele me segurou pela gola do casaco e disse: “Não ouse desistir de tudo, você não pode.”.
Nesse momento Dark já estava de volta na sala e puxou Night e o direcionou a uma cadeira. Em seguida falou algo no meu ouvido que me deixou animado. Havia sim uma chance de sobreviver, mas seria arriscada e extremamente perigosa.
Ainda assim, lembrei de Red. Precisava voltar e além de me desculpar com ela, trazer ela para a equipe. Como ser eu de novo?
Dark me levou para uma sala onde jogou um livro no chão e disse: “É bom você aprender isso em uma semana. Não nos resta muito tempo!”. Após isso ele trancou a sala e apagou a luz principal, deixando apenas um abajur no canto da sala.
Corri rapidamente e acendi o abajur. Me deparei com o título:

“Criando seu próprio Doppelganger: Guia completo”.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

# PROXY 24: Imagem de um líder derrotado

Eu tinha passado de convidado para prisioneiro dos proxys. Algumas semanas haviam se passado e eu não via mais a luz do dia. Era mantido todo amarrado e num quarto no subsolo trancado. Nem Red me visitava mais. Cada dia o desespero e a agonia me tomavam mais. Era hora de agir. Pude ouvir a porta abrindo, era hora da minha surra diária. Não dessa vez, eu precisava fazer algo. Todos os dias eu tentava me levantar e daí começava a apanhar. Nesse dia eu apenas fiquei largado no chão aparentando estar desmaiado. Os proxys entraram e ainda me chamaram pra ver se eu só estava dormindo. Se aproximaram lentamente e me deixei chutar algumas vezes sem reagir.
Estranhando minha reação e temendo que eu pudesse estar morrendo, me tiraram do quarto. Em cima de uma maca só esperando a hora certa fiquei “apagado”. Nesse momento o Slender aparentemente apareceu e os proxys foram receber a missão. Nessa hora me esforcei ao máximo e fugi do hospital. Inicialmente não sabia pra onde exatamente ir então apenas corri. Não demorou muito para que eu cansasse e parasse um pouco. Tempo esse suficiente para ser atingido na cabeça e desmaiar.
Acordei com fortes luzes apontadas para mim. Vozes conversavam enquanto eu me acostumava a visão normal. Quando consegui abrir o olho por completo as vozes cessaram. Pude ver 3 pessoas diante de mim. Com mais atenção percebi que eram Night, Dark e Guurg. Eu não devia nem podia estar ali. Pude perceber mudança nos padrões da equipe. Dark continuava o mesmo, muito observador e astuto. Guurg aparentemente estava mais explosivo e nervoso. Já Night embora o mais novo havia assumido uma postura de liderança com os outros. Eles me olhavam atentamente esperando algo. Infelizmente sem boca não era possível falar nada. Eles começaram um interrogatório falho. Estavam nervosos pelo fato de eu só ter um olho e não falar nada. A máscara piorava tudo, afinal não era possível saber quem ou o que estava por trás dela, nem sua expressão. Guurg impaciente apenas disse que não dava pra ele e saiu para relaxar. Dark recuou um pouco e sentou-se atrás de uma pilha de livros onde começou suas pesquisas. Night se aproximou e perguntou pelo símbolo na testa da máscara, se eu sabia o que significava, balancei a cabeça afirmando. Perguntou se eu conhecia um homem chamado Master Hunter e novamente balancei afirmativamente. Ele então desferiu um soco tão forte que derrubou até a cadeira onde eu estava preso. Ao fundo Dark apenas riu. Ele perguntou incessantemente onde Master estava, como chegar nele, se estava bem, se eu sabia como libertá-lo. Não tinha um gesto de cabeça para todas aquelas perguntas então apenas fiquei o observando, cansado. Cansado de estar vivo.
Naquele momento eu percebi como minha presença era essencial para o funcionamento do grupo. Night se afastou um pouco com a mão na testa, parecendo nervoso e pensativo. Tentei me levantar rapidamente. Eles não podiam me ver daquele jeito. Infelizmente não fui rápido o suficiente e logo fui atingido por Night, que em fúria disse que já havia passado da hora de saber quem eu era. Com a ajuda de Dark tiraram o capuz e sem muita cerimônia arrancaram a máscara.
Logo se afastaram e sem palavras apenas ficaram alguns segundos olhando. Ali estava quem eles tanto procuravam, em um estado deplorável. Nervoso Night olhou-me nos olhos e perguntou: “M- M- Master?”, sem jeito ergui o olho e balancei a cabeça como sempre fazia para os cumprimentar. Sem parecer acreditar eles começaram a rir. Ambos gritaram “Chefe!” e vieram me soltar.
Sem muita cerimônia peguei um pedaço de papel e escrevi tudo que tinha me ocorrido.
Minhas instruções para eles foram extremamente simples.

“ME MATEM”

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

# PROXY 23: Sempre um novo problema

Red ficou espantada com o que havia acabado de ler. Me encarou por alguns minutos e perguntou o porque de eu estar então contra minha própria equipe. Anotando num papel expliquei a ela que estava sem meus poderes quando os Proxys me resgataram e que eu precisava daquele tempo para reestabelecer minha habilidade e voltar aos Caçadores.
Ela me olhava tentando entender o que tudo aquilo significava enquanto eu escrevia mais. Lembro que minha ultima anotação a fez largar o papel.
Na anotação eu mencionava os roubos aos hospícios, os Holders e o que poderia acontecer ao mundo.
Ela me segurou o rosto e falou: “Não me importa pra onde essa loucura vai te levar ou o que vai acontecer, eu não vou abandonar minha única família por nada!”.
Olhar para ela me fazia me perguntar o que havia acontecido com ela todos aqueles anos de distancia e ao mesmo tempo me trazia uma nova motivação para viver. Falando em viver, meu corpo me incomodava. A ausência de um olho e minha boca me faziam me assustar com meu novo eu, e me faziam  passar mais tempo com a máscara, mesmo quando só. Para completar minhas costas tinham duas queimaduras circulares da largura de um cano de pequeno calibre, no exato lugar onde eu tinha visto os tentáculos. Ou eu estava me tornando a pessoa mais forte do mundo ou a pessoa mais miserável de todas.
Algumas semanas se passaram e eu continuava a treinar arduamente. Tinha aumentado a carga do treino. Passava cerca de 1 hora isolado com minhas habilidades e estava já com certo controle sobre elas. Pela minha ação no dia da batalha os outros proxys já tinham mais confiança em mim. Uma única coisa me preocupava: Certa hora todas as noites muito sono me tomava e eu rapidamente dormia, e sempre acordava num cômodo diferente do hospital. Perguntei a Red, mas ela não havia percebido nada.
Certa noite algo mais que inesperado aconteceu: Alguns jovens se dirigiram ao hospital para caçar assombrações e gravar vídeos de terror. Os holloweds não estavam naquele dia. Run, Sick e Distort haviam percebido a presença dos jovens chegando. Na verdade não foi muito difícil com todas aquelas lanternas e gritaria. Precisava agora impedir que eles fizessem algo contra os jovens. Escrevi para Red filmar todos os meus passos a distancia e então fui atrás dos outros que já estavam se posicionando para atacar os visitantes. Os momentos seguintes foram muito rápidos para descrever com detalhes, mas a única coisa que me lembro é de ver alguns jovens entrando no hospital e eu avançando neles tentando os assustar para que fugissem e em seguida apagando.
Fui acordado com tapas na cara por Red. Ela estava chorando. O que havia acontecido? Ela não parava de falar: “Por que você fez isso? Por que?”. Fui procurar minha caneta e papel para tentar entender a situação, mas ela me acertou um chute na cara. Naquele momento percebi que minhas mãos estavam atadas. Ela não me deu muito tempo para pensar e me mostrou a gravação do ocorrido.
Aparecia o momento em que eu tentava assustar os jovens e em seguida cai no chão. Os jovens me cercavam se perguntando o que era aquilo. Rapidamente os outros proxys apareceram e cercaram os jovens, quando começaram a usar suas habilidades meu corpo se ergueu por trás deles e rapidamente com uma das lanternas eu avançava direcionando a luz nos olhos dos proxys e em seguida destruindo qualquer fonte de luz tornando tudo em escuridão. Em seguida o gravador foi transferido para o modo noturno, tornando visível todos novamente. Só me via atacando a todos, tanto os jovens, quanto os proxys. O fim da gravação mostrava os jovens indo embora, segurando alguns nos braços ou nas costas. Quanto aos proxys estavam bem machucados, todos desmaiados no chão. Rapidamente o gravador começa a ter uma interferência e a ultima cena sou eu aparecendo do nada em frente a Red e o gravador desligando.
Ela rapidamente levantou a manga do seu casaco revelando o machucado em seu braço. Ela disse que eu tinha feito aquilo segundos antes de apagar novamente.
Novo problema, eu não tinha mais controle sobre mim.


sexta-feira, 25 de julho de 2014

# PROXY 22: Meu presente x Meu passado e futuro

Não tive reação naquele momento.
Eu tinha ouvido certo?
Caçadores estavam vindo? Isso me fez associar ao que Sick tinha dito antes sobre só ter precisado derrubar 3.
Agora estava num dilema, salvar minha equipe, ou permanecer nesse grupo até ter forças para voltar a meu posto.
Não tive também muito tempo para pensar, já que o Slender apareceu atrás de mim, e num lance de 2 segundos, passei a ver meu corpo se movendo sem meu controle. Em poucos minutos todos estávamos pulando os muros do velho hospital e atacando Dark, Night e Guurg. Vendo por outro ângulo eu desconhecia minha própria equipe, eles estavam bem organizados quanto ao ataque, mas certo abatimento em suas faces.
Embora fossemos 5 contra 3,a batalha foi bem equilibrada. Inicialmente fiquei parado só observando. Guurg rapidamente avançou contra Sick e estranhamente não houve troca de habilidades especiais, só ficaram se socando.
Dark de forma diferente puxou Run e Distort para a luta, dessa vez ele estava armado de uma pistola e uma faca, seus movimentos eram certeiros e logo Distort tinha uma bela ferida na perna obrigando Run a tirá-lo de cena.
Espere, estava faltando alguém. Onde estavam Red e Night. Corri para o campo de trás e cheguei a tempo de ver Night derrubar minha irmã no chão e preparar seu pé para um golpe certeiro. Era minha hora de agir. Lancei meu corpo em sua direção e rapidamente o alcancei antes mesmo dele terminar de levantar. Acertei-o em cheio atirando seu corpo longe. Levantei Red, que assustada me abraçou. Rapidamente Night estava de volta acertando um soco nas minhas costas me derrubando, e pegando Red pelo pescoço, a atirou contra uma parede. Assim que caiu, seu capuz saiu da cabeça, revelando sua grande mecha vermelha. Night se espantou com o que viu e se distraiu. Algo estranho aconteceu. Acertei Night, mas sem usar as mãos. Era como se os tentáculos do Slender tivessem saído de mim. Olhei no reflexo de uma janela próximo e vi algo terrível. Tinham 6 sombras em forma de tentáculos saindo de minhas costas e rapidamente desapareceram. Night olhou para mim e desta vez reconheceu a marca em minha máscara. Os outros já o haviam alcançado e o levaram, mas seu olhar tinha entendido tudo.
Sem muito alarde corri até Red e a ajudei a se recompor. Os outros chegaram e perguntaram para que lado eles tinham fugido. Red em fúria ia falar, quando rapidamente apontei uma direção oposta a deles. Eles correram rápido, enquanto Red me olhava confusa e furiosa.
“Por que você mostrou a direção errada a eles? Os caras tentaram nos matar!”
Tirei minha máscara e ela viu que eu não seria capaz de falar nada.
Corremos para dentro do hospital e num pedaço de papel escrevi para ela, explicando:
“Eles não podem morrer.”
Ela em fúria perguntou o por que já impaciente, e pelo visto minha resposta a deixou mais confusa que antes. No papel havia escrito:

“Eu sou o líder dos Caçadores.”

domingo, 20 de julho de 2014

# PROXY 21: Master Slender?

Finalmente amanheceu, hora de levantar.
Red ainda estava apoiada em meu peito, provavelmente ela se moveu a noite e isso deslocou um pouco seu capuz e finalmente pude entender o porque dela querer ser chamada de Red. Ela possuía uma grande mecha vermelha em sua franja. Um vermelho vivo que chamava a atenção.
Delicadamente acordei-a e ela meio assustada já se levantou e se ajeitou. Ela me olhou e falou para não comentar do que tinha visto. Logo em seguida Sick apareceu na porta e antes que falasse algo Red disse que tinha ido apenas ver como eu estava. Sem parecer se importar muito ele falou que era hora do treino, pois era provável que hoje tivesse missão e que eu iria.
Meu treino começou com Run. Ainda não tinha identificado onde exatamente se localizava aquele velho hospital, mas possuía uma grande área livre ao seu redor. Começamos caminhando, depois trotando, por fim correndo. Run olhou para mim e fez um sinal de tchau. Subitamente o cara que estava ao meu lado se distanciou em pouco menos de 10 segundos em mais de 100 metros a minha frente. Era minha vez de acelerar. Me concentrei e comecei a acelerar, nenhum resultado. Comecei a forçar meu corpo ao ponto de começar a tropeçar. De repente começou, Run passou a correr em câmera lenta, tudo ao meu redor estava em câmera lenta, logo eu o passei, umas duas voltas enquanto ele chegava na metade de uma. Daí meu corpo não aguentou e me atirou ao chão.
Todos se espantaram com o que eu tinha feito, mas tentaram não demonstrar. A segunda parte do treino foi com Red. Ela por alguma razão pediu privacidade no treino e me levou para um ponto sem os outros. Lá começamos o treino físico. Ela parecia delicada, mas batia pior que o Jeff. Sentia que com ela teria mais abertura para falar e comecei: “Porque todos usam mascaras mesmo entre nós? Inclusive nos treinos, afinal sem máscara machuca mais, não?”.
Ela aparentemente se irritou e intensificou seus golpes. Um destes, um chute, me pegou em cheio no diafragma me lançando ao chão, logo depois se abaixou perto de mim, retirou minha máscara, olhou atentamente na minha face e me deu um tapa na cara. Em seguida disse: “E agora machucou mais? Ta horrível sua cara, devia ter cuidado disso.”.
Ela se sentou no chão ao meu lado e começou a retirar sua máscara. Aquilo me assustou de uma forma pior do que se ela tivesse a cara toda arrebentada. A Red, aquela garota era minha irmã que havia desaparecido quando tinha 5 anos. Ela havia mudado consideravelmente, mas ainda assim eu sabia que era ela e ela sabia quem eu era. Fiquei paralisado, sem conseguir esboçar reação. Pelo menos até o momento em que ela me olhou e falou: “Oi maninho!” de uma forma meio sem graça. Não aguentei e a abracei com todas as minhas forças. Ela não demorou muito a se juntar ao abraço e assim ficamos por um bom tempo. Aquele abraço valeu tudo que eu tinha apanhado. Depois disso colocamos nossas mascaras e voltamos.
O último treino foi o pior. Foi uma simulação da morte.
Distort de um lado gerando interferência e Sick do outro lançando sua habilidade. Nem preciso falar que em menos de 5 segundos eu já estava no chão. Ainda assim eles me levantavam e começavam tudo de novo, cada vez mais intensificando seus poderes. Com aproximadamente 1 hora de “treino”, minhas mãos foram presas em uma espécie de algema no teto para que eu ficasse em pé de qualquer jeito. Nesse momento os dois soltaram suas habilidades em potencia máxima. A agonia e a dor eram insuportáveis ao ponto de sentir a morte chegando. Não tinha como cair então fiz o melhor que pude para apenas me manter acordado. Sentia meu sangue escorrendo pelo nariz e já saindo pela boca por dentro da mascara e aquilo foi me causando uma sensação terrível. Me esforcei para me concentrar, embora fosse extremamente difícil.
Num lapso de menos de 1 segundo, senti aquela onda saindo de dentro de mim como nunca antes. Respirei fundo e gritei, liberando uma carga de interferência que causou sangramento nasal nos 2, que rapidamente se assustaram e caíram sentados no chão sem entender.
Tentei gritar novamente, mas algo estranho aconteceu de novo. Um queimor passava pela minha face e não conseguia falar, nem mesmo abrir a boca.
Novamente corri para a sala do espelho e tirei a máscara. Agora meu olho e minha boca tinham desaparecido. Eu cada dia mais via o Slender em mim.

Rapidamente voltei a sala quando fui chamado. Novamente o Slender Man tinha estado lá para passar uma missão. Já era de noite quando Distort anunciou o objetivo:

“Pessoal, na nossa ultima missão atacamos um trio, mas eles aparentemente foram mais espertos que nós e de alguma forma nos localizaram. Preparem-se para a luta. Temos alguns Caçadores chegando...”

sexta-feira, 11 de julho de 2014

# PROXY 20: Primeira suspeita, primeira lembrança

Após aquilo que posso julgar um surto de desespero, me arremessei contra o chão e me contorci em dor. Minha face queimava como brasa e a sensação de estar cego de um olho e atordoado era perturbadora.
De herói e líder de uma equipe, passei a ser um louco cego. Que avanço hein!
Rapidamente Run me encontrou e gritou alertando os outros de onde estávamos e logo os outros chegaram.    E ao me verem largado tiveram a reação mais inesperada. Todos me olharam e disseram que em breve me acostumava, deram as costas e saíram.
Run saiu dando risada, Distort lançou um olhar misto de alívio e decepção, Sick me olhou com olhos de satisfação e também saiu. Red ao contrário deles ficou me encarando. Ela fez um movimento de corpo como quem quisesse se aproximar e do nada virou de costas e saiu com os outros.
Assim fiquei até o anoitecer, quando eles retornaram da missão.
Perguntaram como eu estava e respondi que estava bem. Bem diferente do que eu sou, ou era. Algo em mim continuava a mudar a cada segundo. Me sentia menos eu. Todos nos reunimos no salão principal e jantamos. A comida era enlatada e ruim, mas era o que me manteria vivo. A luz era mantida baixa, assim todos poderiam comer e vigiar e ao mesmo tempo ninguém via os rostos uns dos outros.
Num extremo de silencio, resolvi perguntar da missão. O silencio se manteve. Sick se pronunciou: “Foi ótima, só precisei desmaiar 3 dessa vez!”. Insisti em saber o objetivo dela. Distort falou que nesse momento não poderia ser informado dos detalhes da missão. Confesso que fiquei irritado, mas permaneci calado e dei uma de desentendido.
Aquela seria minha primeira noite dormindo naquele lugar. Os holloweds montavam guarda do lado de fora e nós nos posicionávamos aonde bem quiséssemos. O Sick se posicionou no andar superior, próximo a uma varanda. Distort e Run permaneceram no salão principal. Eu fui para um quarto afastado, numa ala mais abandonada que o resto do hospital.

Quando pensei em começar a dormir, ouvi um ruído perto. Me levantei com todas as forças e me posicionei para atacar o que viesse. Por sorte era a Red que veio atrás de mim, perguntar o que havia acontecido mais cedo. Não quis responder, mas algo me despertava em relação a ela. Algo familiar. Sem muitas palavras e no meu caso sem muita reação ela se aninhou embaixo de meu braço e dormiu. Em meio àquela escuridão que me tomava, aquele momento foi uma luz que me lembrou como era ser humano.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

# PROXY 19: A teoria do todo

Não me custava sondar mais informações, já que Distort estava sendo uma pessoa tão amigável, diferente do que eu esperava. Perguntei-o como funcionava tudo aquilo. Se aquele era o lugar fixo deles, o que já tinham feito como missão, como me conheciam e sabiam das minhas habilidades, sondei tudo que pude.
Distort não deixou para trás: “Já sei! Vamos dar uma volta e a gente conversa melhor!”.
Saimos do quarto e olhando pelo geral do lugar era um hospital velho. Fomos para o lado de fora, andamos e chegamos perto de um lago.
“Hunter, é meio complicado, mas cada dimensão tem suas regras...” começou ele quando de imediato interrompi:
“Dimensões? Cada uma? Que conversa é essa cara? Quantas dimensões existem?” Cada explicação que recebia me gerava mais perguntas.
Distort começou: “Calma Hunter, vou explicar. Sou, ou melhor, fui um estudante de física. Conduzi alguns estudos e quando o Slender me “contratou” mudei meu ramo de pesquisa. No fim descobri que não há uma realidade considerada real. O Slender pode viajar entra algumas delas, não todas. Em algumas dimensões não existimos, ou se sim, somos pessoas comuns e nada do que vivemos aqui acontece. São apenas histórias criadas por nossas versões dessa dimensão. Em algum lugar há outro Hunter, sem poderes que por alguma razão resolveu contar sua história!
De qualquer forma,nessa dimensão que estamos, o Slender nos usa em missões. Não entendemos as vezes o que fazemos, mas fazemos, para permanecer com nossas habilidades!”
Agora tudo começava a fazer sentido. Muitas das criaturas que eu conheço vivem isoladas em dimensões próprias, mas nessa todas estão juntas. Mesmo assim, minha principal indagação era o Slender. Por que eu? E o que o futuro reservou para mim?
Perdido em pensamentos noto atrás de nós Sick e Red chegando e mais distante deles Run, que até o momento não tinha feito jus a seu titulo.
Sick aparentava uma pessoa debochada, sempre sarcástico, chegou já fazendo piada: “Saíram pra namorar, perderam a visita do tio! Vamos moças, temos uma missão!”.
Distort sem perder tempo falou: “Hunter, você descobre como funciona numa próxima! Todos vamos ao salão inferior aquecer para a missão!”
Nos dirigimos ao subsolo do hospital, onde haviam 5 holloweds em pé no centro do salão. Sem muita perda de tempo, eles adotaram posturas de ataque e vieram com tudo. Meio perdido com o que estava acontecendo, fiquei na retaguarda e acompanhei a cena.
Run fazia dupla com Red, ela fazia vozes estranhas que chamavam a atenção de um hollowed. Esse quando focava nela, esquecia de Run, que era muito rápido e o colocava no chão.
Sick, como esperado, se achava o máximo, rapidamente derrubou 2 holloweds e sentou-se para assistir os outros.
Distort era como eu, luta equilibrada, sempre analisando o adversário, quando via a oportunidade liberava a interferência e acabava com ele.
Espera, eram 5 e só 4 estavam na minha visão! Um empurrão de ombro atrás de mim me fez saber onde o quinto estava. Todos me olharam esperando o que eu faria. Bem, eu ainda era um cara comum, sem minhas habilidades, mas não podia ficar só olhando.
Meus treinos anteriores me ajudaram muito. Ele era muito forte, mas seus movimentos só tinham efeito em alguém muito assustado, sem tempo para pensar. Socos eram desferidos e impulsos de corpo eram seus golpes. Inicialmente estudei o padrão enquanto desviava.
Quando vi a brecha comecei! Passei a desviar alguns socos com as mãos e dar alguns chutes em seu abdômen. Foi quando aquilo começou. Tudo do nada ficou muito lento, tudo menos eu. Enquanto o hollowed passou alguns segundos erguendo sua mão para o que eu supunha que seria um soco, eu já havia aplicado socos em seu corpo e rosto. Dessa vez durou menos que no encontro com Jeff, mas o suficiente para derrubá-lo. Uma dor destruidora veio sobre minha cabeça me jogando ao chão. Uma lembrança forte me veio quando uma de minhas visões começou a sumir.
Com medo do que podia ser, corri antes que todos viessem me ver. Em algum andar do hospital, entrei num quarto com um espelho e logo me espantei com o que vi. Eu não tinha perdido uma visão, eu tinha perdido o olho esquerdo todo. Não tinha nada lá, nem o buraco. Era só pele, como... como a pele do Slender.
Dei sorte que em um quarto do lado estavam algumas roupas de algum hollowed que não estava mais lá. Roupas e uma máscara. No bolso de uma calça havia uma caneta preta grossa.
Cada Proxy tinha uma marca própria.

Eu já tinha a minha!

terça-feira, 1 de julho de 2014

# PROXY 18: Família

Só podia ser uma ilusão, um sonho.
Aquele pequeno quarto estava cheio de pessoas mascaradas, uns em cima de macas, outros sentados a beira da janela, e outros ainda em pé encostados na parede, todos me olhando. Mesmo com suas máscaras eu podia sentir sorrisos em seus rostos.
Logo me levantei e perguntei que história de irmão era aquela, quem eram eles e o que estava acontecendo. O que estava mais perto começou: “Cara, nós somos proxys, como você. Exatamente da mesma qualificação!”
Logo perguntei que classificação era essa e logo fui esclarecido: Existem 3 tipos de proxys. Os Hollowed, apenas marionetes vivas sem ideia do que fazem. Trabalham pro Slender sem consciência alguma. Só sabem usar a força bruta.
Tem os Revenants, que são aqueles a quem o Slender confere habilidades para distrair e tirar o foco dele. Essas habilidades basicamente são alucinações que fazem o oponente focar no revenant ao invés de no Slender.
E por último a minha categoria, os Agentes. Aqueles que servem ao Slender Man, mantendo sua consciência e personalidade.
Toda essa explicação me fez repensar. Então eu não era mais alguém especial. Só um Proxy de categoria diferente da conhecida pelo mundo. Tudo, as missões, as lutas, o Caçadores do Medo, tudo era sorte.
Não sabia mais ao certo o que eu era.
Tratei de explicar ao mascarado que eu havia perdido meus poderes. Ele não se alterou. Disse que podia sentir que estava lá. Estava adormecido, mas estava voltando a aparecer e que nem de longe era igual aos outros.
“Cada um de nós possui uma habilidade concedida pelo Slender Man e para nos economizar nos chamamos por elas! Deixe te apresentar os irmãos:
Aquele sentado perto da janela é o Sick, sua habilidade não se compara com a original do Slender, mas ele consegue fazer as pessoas ficarem com tosse, colocando sangue pra fora e quando se esforça muito consegue um ou dois desmaios!
O cara em cima da maca tirando um cochilo é o Run, ele tem velocidade maior que qualquer humano comum, mas não domina o Slender Walking.
Eu sou o Distort, domino o que você chama de interferência, essa nem preciso explicar o que é não é!?”
Ainda assim haviam mais pessoas na sala, a maior parte não se movia. Era como se estivessem desligados, mas todos tinham porte de homens adultos, exceto um. Um com porte menor e mais frágil no canto do quarto, sentado com as pernas cruzadas. Perguntei quem eram a Distort. Ele respondeu:
“Ah, essa turma que você está vendo aí são as marionetes, os holloweds que mencionei antes. Como disse eles estão desligados até o Slender aparecer e dar ordens!”
“Ordens”- perguntei com dúvida, “ele por acaso fala? Chega aqui com papeis e manda vocês fazerem as coisas?”
“Não cara”- respondeu Distort rindo, “você vai entender mais adiante. Mas voltando ao assunto, aquele ali no canto não é ele, é ela. Chamamos ela de Imper, pois sua habilidade é a de personificar sua voz para atrair os alvos das missões. Não sei porque exatamente, mas ela não gosta desse nome que demos a ela.

Ela insiste em ser chamada de Red.”

sexta-feira, 13 de junho de 2014

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Nova temporada

O Beta não acabou, nem foi abandonado!

Sua nova temporada está sendo preparada para estrear dia 01/07, então fiquem de olho e relembrem nos capítulos passados a saga de Master Hunter e os Caçadores do Medo tentando evitar o apocalipse!



O QUE ACONTECEU COM MASTER HUNTER?

sexta-feira, 14 de março de 2014

# HOME 17: Da água para o vinho

Voltei a minha casa. Na verdade poucos instantes antes da policia vir me buscar para o primeiro interrogatório de verdade. Me mantive calmo, precisava conseguir a parte mais importante: voltar as atenções ao Jeff.
Fui colocado numa pequena sala e lá passei cerca de 30 minutos até aquela linda encenação de policial bom e policial mal começar. Eles estavam fazendo o que podiam, mas eu não tinha muito pra falar. Quando viram que não iam conseguir arrancar a confissão tão desejada de que eu tinha feito tudo aquilo, tentaram o mais sensato: “Você sabem quem poderia ter feito isso?”.
Finalmente comecei a falar: “A pessoa de quem vocês estão atrás se chama Jeff, o assassino. Ele está bem famoso e tem feito vítimas constantemente. Tentou me atacar uma vez, mas não conseguiu seu objetivo e creio que teve sua vingança em minha família.”, antes que tivessem a chance de pensar, joguei minha isca ”creio que o recado que ele deixou na parede está bem claro. Ele vai voltar pra terminar o serviço dele em mim.”.
Eles se entreolharam e decidiram ingenuamente morder minha isca. Decidiram me usar como isca para atrair o Jeff. Deixei eles estudarem alguns padrões dos lugares onde achariam o Jeff e voltei para casa. A perseguição começaria de madrugada e meu corpo já estava desacostumado. De repente a campainha toca. Corro pois poderia ser um dos caçadores. Abri a porta, eram Jesse e Dave, me chamando para sair e esquecer os problemas. Falei para irem embora pois a situação estava perigosa ao meu redor, mas eles não tinham noção do perigo que corriam e me arrastaram para fora de casa. Isso me fez lembrar que a memória deles não estava normal. Eles não se recordavam do incidente do Slender na floresta durante a aula de campo.
Caminhamos e terminamos chegando numa estação de trem desativada da cidade. Lá sentamos e eles vieram falar coisas boas sobre eu melhorar. Para ser sincero não prestei atenção em nada. Meus ouvidos estavam atentos a ruídos externos. Subitamente abracei Jesse e rapidamente sussurrei em seu ouvido: “Jesse, quando eu me levantar corra o mais rápido que puder para a cidade e leve o Dave com você, não faça perguntas, apenas corra e ligue para a polícia.”. Me afastei dela e falei para Dave que ele deveria ir dar um abraço melhor que o meu em Jesse, ingenuamente ele foi se levantando e se dirigindo a ela. Nesse momento levantei e gritei: “Seu alvo sou eu, então não vá desperdiçar meu tempo. De relance já via Jesse e Dave correndo, mas ele estava mais rápido, ou eu mais lento. Rapidamente fui chutado plataforma abaixo e o vi correr atrás de meus amigos.
Levantei meio desnorteado com o susto, mas logo comecei a correr atrás deles. Tudo ia bem até que Dave tropeçou e caiu no chão facilitando tudo para o Jeff. Vi a expressão de pavor de Dave ao se deparar com aquela face maligna. Pude ver Jeff levantando sua mão a altura da boca para proferir suas famosas palavras.
Nesse momento algo aconteceu e tudo ficou numa velocidade extremamente lenta, quase como parados. Via a face de dor de Dave, o desespero e as lagrimas de Jesse em saber que seria a próxima e o pior de tudo, me via incapaz de poder fazer algo. Senti aquela sensação de impotência se tornar um queimar em meu peito e se espalhar para todo meu corpo. A sensação era estranha, podia ver a velocidade das coisas voltando ao normal, mas meu corpo estava cada vez mais perto de Jeff antes que ele terminasse seu movimento. Sem controle daquele movimento consegui esbarrar nele atirando-o alguns poucos metros. Sem entender o que havia acontecido Jesse tomou a mão de Dave e o levou para longe.
Olhei para Jeff se levantando com seu sorriso de sempre e o provoquei: “E aí, vamo ver quem dorme primeiro?”.
Iniciou-se nossa luta.
Golpes eram desferidos com velocidade e meu corpo não tinha tempo para contra-atacar, apenas desviar. Jeff atacava com seu máximo potencial e eu estava apenas correndo dele. Em certo momento devido ao barulho das viaturas, Jeff perdeu sua atenção. Tempo suficiente para eu virar o jogo. Consegui desarmar ele rapidamente e nossa briga se igualou.
Chutes e socos eram impulsionados de forma rápida e constante de um para o outro e mesmo nos acertando não parávamos. Esqueci que meu corpo ainda era humano e continuei com aquela luta intensa. Aos poucos fui falhando novamente, estava cansado e Jeff se mantinha no mesmo ritmo. Dores começaram a aparecer em meu corpo e me sentia pesado. Sem perceber Jeff tinha nos conduzido para perto de onde sua faca estava. Ele rapidamente me afastou e a pegou de volta. Ainda acertei um soco em sua face, mas já não tinha tanta força, então recebi a primeira facada que com minha defesa atingiu meu braço. Para tirar a faca, Jeff usou meu corpo de impulso e me chutou ao chão.
Aquele chiado começou em meu ouvido. Quando Jeff se preparou para acabar comigo, olhou em minha direção e sua feição mudou. Ele parecia assustado. Novamente ele fugiu. Olhei para trás para ver a figura do Slender Man próxima a mim. Desmaiei.

Acordo em um quarto com algumas pessoas mascaradas me olhando.

“Bem-vindo a casa irmão!”.

segunda-feira, 3 de março de 2014

# HOME 16: Início do Fim

Toda a equipe estava reunida, todos estávamos prontos para fazer o que fosse necessário para acabar com a ameaça iminente, mesmo sem saber até que ponto tudo aquilo chegaria.
Planejamos, eu me fingiria de suspeito e faria a policia me levar até um possível lugar onde o Jeff estivesse, lá eu faria o resto. Ou melhor, Guurg o faria. Nessa altura já havia uma discussão entre nós 2. Ele pode ter sido ferido pelo Jeff, mas no meu caso foi a morte de toda a minha família. Ele parecia não tentar entender o que eu falava e em certos momentos parecia até obcecado.
Precisava fazer algo para resolver aquilo. Disse a Guurg que ele poderia ajudar, mas que a decisão final era minha. Em poucos minutos todo o clima amistoso se transformara em rivalidade. Ele rapidamente saiu do novo esconderijo e desapareceu. Os outros me olhavam questionadores sobre meu próximo passo. Não tinha muito tempo a perder.
Perguntei a Dark o porque da mudança repentina de base. Logo fui avisado que eles também foram expulsos da Fundação e que algo estranho estava acontecendo. Pelo visto o Caçadores do Medo era um grupo independente agora. Pedi a Dark para que levantasse o máximo de material sobre o Jeff, quando uma das telas emitiu um alerta, era uma reportagem de televisão:
“Estranhos eventos estão acontecendo mundialmente, incêndios sem explicação, tornados, trovões sem nuvens e outros fenomenos naturais estão perturbando a vida de milhões de pessoas e colocando várias vidas em risco...”
Rapidamente outra tela entrou em alerta, outro jornal:
“Em menos de um ano já foram mais de 10 os hospícios que foram invadidos, e as equipes se negam a falar sobre os ocorridos...”
Dark bateu com as mãos sobre a mesa: “Como ninguém percebeu? Tão na cara e ninguém se tocou da gravidade.” Tentando entender, perguntei do que se tratava.
“Os Holders, Master, uma até então lenda, objetos espalhados em vários hospícios, que quando unidos invocam um mal indescritível. Alguém está tentando reunir os objetos.”.
Agora sim, tínhamos um problema bem maior para resolver. O primeiro passo era me resolver com o Jeff. Depois resgatar os objetos. Tudo deve correr bem, eu acho.

Esse era meu pensamento, mesmo que no fundo eu soubesse que aquele era o ponto inicial do fim de tudo.