sexta-feira, 25 de julho de 2014

# PROXY 22: Meu presente x Meu passado e futuro

Não tive reação naquele momento.
Eu tinha ouvido certo?
Caçadores estavam vindo? Isso me fez associar ao que Sick tinha dito antes sobre só ter precisado derrubar 3.
Agora estava num dilema, salvar minha equipe, ou permanecer nesse grupo até ter forças para voltar a meu posto.
Não tive também muito tempo para pensar, já que o Slender apareceu atrás de mim, e num lance de 2 segundos, passei a ver meu corpo se movendo sem meu controle. Em poucos minutos todos estávamos pulando os muros do velho hospital e atacando Dark, Night e Guurg. Vendo por outro ângulo eu desconhecia minha própria equipe, eles estavam bem organizados quanto ao ataque, mas certo abatimento em suas faces.
Embora fossemos 5 contra 3,a batalha foi bem equilibrada. Inicialmente fiquei parado só observando. Guurg rapidamente avançou contra Sick e estranhamente não houve troca de habilidades especiais, só ficaram se socando.
Dark de forma diferente puxou Run e Distort para a luta, dessa vez ele estava armado de uma pistola e uma faca, seus movimentos eram certeiros e logo Distort tinha uma bela ferida na perna obrigando Run a tirá-lo de cena.
Espere, estava faltando alguém. Onde estavam Red e Night. Corri para o campo de trás e cheguei a tempo de ver Night derrubar minha irmã no chão e preparar seu pé para um golpe certeiro. Era minha hora de agir. Lancei meu corpo em sua direção e rapidamente o alcancei antes mesmo dele terminar de levantar. Acertei-o em cheio atirando seu corpo longe. Levantei Red, que assustada me abraçou. Rapidamente Night estava de volta acertando um soco nas minhas costas me derrubando, e pegando Red pelo pescoço, a atirou contra uma parede. Assim que caiu, seu capuz saiu da cabeça, revelando sua grande mecha vermelha. Night se espantou com o que viu e se distraiu. Algo estranho aconteceu. Acertei Night, mas sem usar as mãos. Era como se os tentáculos do Slender tivessem saído de mim. Olhei no reflexo de uma janela próximo e vi algo terrível. Tinham 6 sombras em forma de tentáculos saindo de minhas costas e rapidamente desapareceram. Night olhou para mim e desta vez reconheceu a marca em minha máscara. Os outros já o haviam alcançado e o levaram, mas seu olhar tinha entendido tudo.
Sem muito alarde corri até Red e a ajudei a se recompor. Os outros chegaram e perguntaram para que lado eles tinham fugido. Red em fúria ia falar, quando rapidamente apontei uma direção oposta a deles. Eles correram rápido, enquanto Red me olhava confusa e furiosa.
“Por que você mostrou a direção errada a eles? Os caras tentaram nos matar!”
Tirei minha máscara e ela viu que eu não seria capaz de falar nada.
Corremos para dentro do hospital e num pedaço de papel escrevi para ela, explicando:
“Eles não podem morrer.”
Ela em fúria perguntou o por que já impaciente, e pelo visto minha resposta a deixou mais confusa que antes. No papel havia escrito:

“Eu sou o líder dos Caçadores.”

domingo, 20 de julho de 2014

# PROXY 21: Master Slender?

Finalmente amanheceu, hora de levantar.
Red ainda estava apoiada em meu peito, provavelmente ela se moveu a noite e isso deslocou um pouco seu capuz e finalmente pude entender o porque dela querer ser chamada de Red. Ela possuía uma grande mecha vermelha em sua franja. Um vermelho vivo que chamava a atenção.
Delicadamente acordei-a e ela meio assustada já se levantou e se ajeitou. Ela me olhou e falou para não comentar do que tinha visto. Logo em seguida Sick apareceu na porta e antes que falasse algo Red disse que tinha ido apenas ver como eu estava. Sem parecer se importar muito ele falou que era hora do treino, pois era provável que hoje tivesse missão e que eu iria.
Meu treino começou com Run. Ainda não tinha identificado onde exatamente se localizava aquele velho hospital, mas possuía uma grande área livre ao seu redor. Começamos caminhando, depois trotando, por fim correndo. Run olhou para mim e fez um sinal de tchau. Subitamente o cara que estava ao meu lado se distanciou em pouco menos de 10 segundos em mais de 100 metros a minha frente. Era minha vez de acelerar. Me concentrei e comecei a acelerar, nenhum resultado. Comecei a forçar meu corpo ao ponto de começar a tropeçar. De repente começou, Run passou a correr em câmera lenta, tudo ao meu redor estava em câmera lenta, logo eu o passei, umas duas voltas enquanto ele chegava na metade de uma. Daí meu corpo não aguentou e me atirou ao chão.
Todos se espantaram com o que eu tinha feito, mas tentaram não demonstrar. A segunda parte do treino foi com Red. Ela por alguma razão pediu privacidade no treino e me levou para um ponto sem os outros. Lá começamos o treino físico. Ela parecia delicada, mas batia pior que o Jeff. Sentia que com ela teria mais abertura para falar e comecei: “Porque todos usam mascaras mesmo entre nós? Inclusive nos treinos, afinal sem máscara machuca mais, não?”.
Ela aparentemente se irritou e intensificou seus golpes. Um destes, um chute, me pegou em cheio no diafragma me lançando ao chão, logo depois se abaixou perto de mim, retirou minha máscara, olhou atentamente na minha face e me deu um tapa na cara. Em seguida disse: “E agora machucou mais? Ta horrível sua cara, devia ter cuidado disso.”.
Ela se sentou no chão ao meu lado e começou a retirar sua máscara. Aquilo me assustou de uma forma pior do que se ela tivesse a cara toda arrebentada. A Red, aquela garota era minha irmã que havia desaparecido quando tinha 5 anos. Ela havia mudado consideravelmente, mas ainda assim eu sabia que era ela e ela sabia quem eu era. Fiquei paralisado, sem conseguir esboçar reação. Pelo menos até o momento em que ela me olhou e falou: “Oi maninho!” de uma forma meio sem graça. Não aguentei e a abracei com todas as minhas forças. Ela não demorou muito a se juntar ao abraço e assim ficamos por um bom tempo. Aquele abraço valeu tudo que eu tinha apanhado. Depois disso colocamos nossas mascaras e voltamos.
O último treino foi o pior. Foi uma simulação da morte.
Distort de um lado gerando interferência e Sick do outro lançando sua habilidade. Nem preciso falar que em menos de 5 segundos eu já estava no chão. Ainda assim eles me levantavam e começavam tudo de novo, cada vez mais intensificando seus poderes. Com aproximadamente 1 hora de “treino”, minhas mãos foram presas em uma espécie de algema no teto para que eu ficasse em pé de qualquer jeito. Nesse momento os dois soltaram suas habilidades em potencia máxima. A agonia e a dor eram insuportáveis ao ponto de sentir a morte chegando. Não tinha como cair então fiz o melhor que pude para apenas me manter acordado. Sentia meu sangue escorrendo pelo nariz e já saindo pela boca por dentro da mascara e aquilo foi me causando uma sensação terrível. Me esforcei para me concentrar, embora fosse extremamente difícil.
Num lapso de menos de 1 segundo, senti aquela onda saindo de dentro de mim como nunca antes. Respirei fundo e gritei, liberando uma carga de interferência que causou sangramento nasal nos 2, que rapidamente se assustaram e caíram sentados no chão sem entender.
Tentei gritar novamente, mas algo estranho aconteceu de novo. Um queimor passava pela minha face e não conseguia falar, nem mesmo abrir a boca.
Novamente corri para a sala do espelho e tirei a máscara. Agora meu olho e minha boca tinham desaparecido. Eu cada dia mais via o Slender em mim.

Rapidamente voltei a sala quando fui chamado. Novamente o Slender Man tinha estado lá para passar uma missão. Já era de noite quando Distort anunciou o objetivo:

“Pessoal, na nossa ultima missão atacamos um trio, mas eles aparentemente foram mais espertos que nós e de alguma forma nos localizaram. Preparem-se para a luta. Temos alguns Caçadores chegando...”

sexta-feira, 11 de julho de 2014

# PROXY 20: Primeira suspeita, primeira lembrança

Após aquilo que posso julgar um surto de desespero, me arremessei contra o chão e me contorci em dor. Minha face queimava como brasa e a sensação de estar cego de um olho e atordoado era perturbadora.
De herói e líder de uma equipe, passei a ser um louco cego. Que avanço hein!
Rapidamente Run me encontrou e gritou alertando os outros de onde estávamos e logo os outros chegaram.    E ao me verem largado tiveram a reação mais inesperada. Todos me olharam e disseram que em breve me acostumava, deram as costas e saíram.
Run saiu dando risada, Distort lançou um olhar misto de alívio e decepção, Sick me olhou com olhos de satisfação e também saiu. Red ao contrário deles ficou me encarando. Ela fez um movimento de corpo como quem quisesse se aproximar e do nada virou de costas e saiu com os outros.
Assim fiquei até o anoitecer, quando eles retornaram da missão.
Perguntaram como eu estava e respondi que estava bem. Bem diferente do que eu sou, ou era. Algo em mim continuava a mudar a cada segundo. Me sentia menos eu. Todos nos reunimos no salão principal e jantamos. A comida era enlatada e ruim, mas era o que me manteria vivo. A luz era mantida baixa, assim todos poderiam comer e vigiar e ao mesmo tempo ninguém via os rostos uns dos outros.
Num extremo de silencio, resolvi perguntar da missão. O silencio se manteve. Sick se pronunciou: “Foi ótima, só precisei desmaiar 3 dessa vez!”. Insisti em saber o objetivo dela. Distort falou que nesse momento não poderia ser informado dos detalhes da missão. Confesso que fiquei irritado, mas permaneci calado e dei uma de desentendido.
Aquela seria minha primeira noite dormindo naquele lugar. Os holloweds montavam guarda do lado de fora e nós nos posicionávamos aonde bem quiséssemos. O Sick se posicionou no andar superior, próximo a uma varanda. Distort e Run permaneceram no salão principal. Eu fui para um quarto afastado, numa ala mais abandonada que o resto do hospital.

Quando pensei em começar a dormir, ouvi um ruído perto. Me levantei com todas as forças e me posicionei para atacar o que viesse. Por sorte era a Red que veio atrás de mim, perguntar o que havia acontecido mais cedo. Não quis responder, mas algo me despertava em relação a ela. Algo familiar. Sem muitas palavras e no meu caso sem muita reação ela se aninhou embaixo de meu braço e dormiu. Em meio àquela escuridão que me tomava, aquele momento foi uma luz que me lembrou como era ser humano.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

# PROXY 19: A teoria do todo

Não me custava sondar mais informações, já que Distort estava sendo uma pessoa tão amigável, diferente do que eu esperava. Perguntei-o como funcionava tudo aquilo. Se aquele era o lugar fixo deles, o que já tinham feito como missão, como me conheciam e sabiam das minhas habilidades, sondei tudo que pude.
Distort não deixou para trás: “Já sei! Vamos dar uma volta e a gente conversa melhor!”.
Saimos do quarto e olhando pelo geral do lugar era um hospital velho. Fomos para o lado de fora, andamos e chegamos perto de um lago.
“Hunter, é meio complicado, mas cada dimensão tem suas regras...” começou ele quando de imediato interrompi:
“Dimensões? Cada uma? Que conversa é essa cara? Quantas dimensões existem?” Cada explicação que recebia me gerava mais perguntas.
Distort começou: “Calma Hunter, vou explicar. Sou, ou melhor, fui um estudante de física. Conduzi alguns estudos e quando o Slender me “contratou” mudei meu ramo de pesquisa. No fim descobri que não há uma realidade considerada real. O Slender pode viajar entra algumas delas, não todas. Em algumas dimensões não existimos, ou se sim, somos pessoas comuns e nada do que vivemos aqui acontece. São apenas histórias criadas por nossas versões dessa dimensão. Em algum lugar há outro Hunter, sem poderes que por alguma razão resolveu contar sua história!
De qualquer forma,nessa dimensão que estamos, o Slender nos usa em missões. Não entendemos as vezes o que fazemos, mas fazemos, para permanecer com nossas habilidades!”
Agora tudo começava a fazer sentido. Muitas das criaturas que eu conheço vivem isoladas em dimensões próprias, mas nessa todas estão juntas. Mesmo assim, minha principal indagação era o Slender. Por que eu? E o que o futuro reservou para mim?
Perdido em pensamentos noto atrás de nós Sick e Red chegando e mais distante deles Run, que até o momento não tinha feito jus a seu titulo.
Sick aparentava uma pessoa debochada, sempre sarcástico, chegou já fazendo piada: “Saíram pra namorar, perderam a visita do tio! Vamos moças, temos uma missão!”.
Distort sem perder tempo falou: “Hunter, você descobre como funciona numa próxima! Todos vamos ao salão inferior aquecer para a missão!”
Nos dirigimos ao subsolo do hospital, onde haviam 5 holloweds em pé no centro do salão. Sem muita perda de tempo, eles adotaram posturas de ataque e vieram com tudo. Meio perdido com o que estava acontecendo, fiquei na retaguarda e acompanhei a cena.
Run fazia dupla com Red, ela fazia vozes estranhas que chamavam a atenção de um hollowed. Esse quando focava nela, esquecia de Run, que era muito rápido e o colocava no chão.
Sick, como esperado, se achava o máximo, rapidamente derrubou 2 holloweds e sentou-se para assistir os outros.
Distort era como eu, luta equilibrada, sempre analisando o adversário, quando via a oportunidade liberava a interferência e acabava com ele.
Espera, eram 5 e só 4 estavam na minha visão! Um empurrão de ombro atrás de mim me fez saber onde o quinto estava. Todos me olharam esperando o que eu faria. Bem, eu ainda era um cara comum, sem minhas habilidades, mas não podia ficar só olhando.
Meus treinos anteriores me ajudaram muito. Ele era muito forte, mas seus movimentos só tinham efeito em alguém muito assustado, sem tempo para pensar. Socos eram desferidos e impulsos de corpo eram seus golpes. Inicialmente estudei o padrão enquanto desviava.
Quando vi a brecha comecei! Passei a desviar alguns socos com as mãos e dar alguns chutes em seu abdômen. Foi quando aquilo começou. Tudo do nada ficou muito lento, tudo menos eu. Enquanto o hollowed passou alguns segundos erguendo sua mão para o que eu supunha que seria um soco, eu já havia aplicado socos em seu corpo e rosto. Dessa vez durou menos que no encontro com Jeff, mas o suficiente para derrubá-lo. Uma dor destruidora veio sobre minha cabeça me jogando ao chão. Uma lembrança forte me veio quando uma de minhas visões começou a sumir.
Com medo do que podia ser, corri antes que todos viessem me ver. Em algum andar do hospital, entrei num quarto com um espelho e logo me espantei com o que vi. Eu não tinha perdido uma visão, eu tinha perdido o olho esquerdo todo. Não tinha nada lá, nem o buraco. Era só pele, como... como a pele do Slender.
Dei sorte que em um quarto do lado estavam algumas roupas de algum hollowed que não estava mais lá. Roupas e uma máscara. No bolso de uma calça havia uma caneta preta grossa.
Cada Proxy tinha uma marca própria.

Eu já tinha a minha!

terça-feira, 1 de julho de 2014

# PROXY 18: Família

Só podia ser uma ilusão, um sonho.
Aquele pequeno quarto estava cheio de pessoas mascaradas, uns em cima de macas, outros sentados a beira da janela, e outros ainda em pé encostados na parede, todos me olhando. Mesmo com suas máscaras eu podia sentir sorrisos em seus rostos.
Logo me levantei e perguntei que história de irmão era aquela, quem eram eles e o que estava acontecendo. O que estava mais perto começou: “Cara, nós somos proxys, como você. Exatamente da mesma qualificação!”
Logo perguntei que classificação era essa e logo fui esclarecido: Existem 3 tipos de proxys. Os Hollowed, apenas marionetes vivas sem ideia do que fazem. Trabalham pro Slender sem consciência alguma. Só sabem usar a força bruta.
Tem os Revenants, que são aqueles a quem o Slender confere habilidades para distrair e tirar o foco dele. Essas habilidades basicamente são alucinações que fazem o oponente focar no revenant ao invés de no Slender.
E por último a minha categoria, os Agentes. Aqueles que servem ao Slender Man, mantendo sua consciência e personalidade.
Toda essa explicação me fez repensar. Então eu não era mais alguém especial. Só um Proxy de categoria diferente da conhecida pelo mundo. Tudo, as missões, as lutas, o Caçadores do Medo, tudo era sorte.
Não sabia mais ao certo o que eu era.
Tratei de explicar ao mascarado que eu havia perdido meus poderes. Ele não se alterou. Disse que podia sentir que estava lá. Estava adormecido, mas estava voltando a aparecer e que nem de longe era igual aos outros.
“Cada um de nós possui uma habilidade concedida pelo Slender Man e para nos economizar nos chamamos por elas! Deixe te apresentar os irmãos:
Aquele sentado perto da janela é o Sick, sua habilidade não se compara com a original do Slender, mas ele consegue fazer as pessoas ficarem com tosse, colocando sangue pra fora e quando se esforça muito consegue um ou dois desmaios!
O cara em cima da maca tirando um cochilo é o Run, ele tem velocidade maior que qualquer humano comum, mas não domina o Slender Walking.
Eu sou o Distort, domino o que você chama de interferência, essa nem preciso explicar o que é não é!?”
Ainda assim haviam mais pessoas na sala, a maior parte não se movia. Era como se estivessem desligados, mas todos tinham porte de homens adultos, exceto um. Um com porte menor e mais frágil no canto do quarto, sentado com as pernas cruzadas. Perguntei quem eram a Distort. Ele respondeu:
“Ah, essa turma que você está vendo aí são as marionetes, os holloweds que mencionei antes. Como disse eles estão desligados até o Slender aparecer e dar ordens!”
“Ordens”- perguntei com dúvida, “ele por acaso fala? Chega aqui com papeis e manda vocês fazerem as coisas?”
“Não cara”- respondeu Distort rindo, “você vai entender mais adiante. Mas voltando ao assunto, aquele ali no canto não é ele, é ela. Chamamos ela de Imper, pois sua habilidade é a de personificar sua voz para atrair os alvos das missões. Não sei porque exatamente, mas ela não gosta desse nome que demos a ela.

Ela insiste em ser chamada de Red.”