quinta-feira, 11 de julho de 2013

# relato 6: Luta a 3

Eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Era uma missão simples. Chegar até o Guurg, abordar ele e pronto.
Nada pode ser muito simples quando se lida com o sobrenatural...
E principalmente um serial killer...
Eu havia me encontrado com o Slender e foi um senhor susto, mas ao me deparar com esse que chamavam de Jeff, pude ter certeza do motivo da SCP ter me mandado atrás dele.
Pude ver o misto de desespero e ódio nos olhos do Guurg ao se deparar com ele. Logo fitei Jeff, perguntei o que ele queria (que estúpido eu era). Ele logo respondeu: “Terminar um serviço mal feito, e depois começar outro!”.
Olhei novamente pro Guurg. Se ele acertar no Jeff um chute desses que ele quase deu em mim, estamos salvos. Naquele momento então percebi o estado dele. Ele estava paralisado em frente a Jeff e não se movia. Num daqueles momentos em que poucos segundos se tornam uma eternidade, pensei como seria para mim, encarar o Slender Man poucos meses após o ataque. Não sei como reagiria, mas entendo perfeitamente a reação do Guurg.
Tive que parar de pensar, quando vi o Jeff iniciando seu movimento. Definitivamente de humano só havia a carcaça. Ele se moveu de uma forma que meus olhos acharam difícil de acompanhar, sendo necessário eu pular e empurrar o Guurg pro chão. Jeff me olhava, me analisava. Aqueles olhos não eram normais, davam agonia na alma. Que ironia, não sei o que o Guurg viu em mim sem óculos, mas eu era um monstro tanto quanto o Jeff.
Novamente perdido em pensamentos, mal pude ver sua aproximação. Esta distração me custou um arranhão no braço. A lenda do Jeff fazia jus a sua real existência. Era apenas um corte, mas o sorriso que ele tinha no rosto ao conseguir ferir alguém, o clima pesado que o cercava, tudo aquilo fazia um simples corte me doer até a alma.
Ele não estava satisfeito, principalmente pelo desvio que fiz (graças a um ótimo treino na SCP), ele queria mais e veio atrás da morte tão desejada. Facada, facada, facada, golpe após golpe eu desviava com certa dificuldade. Ele além de rápido tinha uma sede de morte que nunca tinha visto antes. Eu já estava entrando em desespero. Cada golpe estava mais perto de mim. Pelo menos um dos flashes que vieram a minha cabeça colocaram-na no lugar.
Eu não achava minha vida ruim, mas desde o incidente novos objetivos e uma nova realidade me foram impostos. Eu precisava me encontrar com Landaw um dia, manter Anna segura, fazer minhas missões na SCP, manter o Guurg a salvo até que ele fosse um caçador pronto. Não podia esquecer do principal.
Slender.
Eu precisava viver mais para encontrá-lo, entendê-lo, por um fim a tudo aquilo.

De volta a realidade, vi Jeff a centímetros de mim. Eu precisava viver e ele não iria me impedir. Não até aquela facada que veio na direção do meu coração.
Eu vi então Jeff ser arremessado com aquele chute tão esperado do Guurg. Ele se colocou entre mim e o Jeff. Jeff não demonstrou dor ou surpresa, na verdade seu olhar era o mesmo.
Guurg falou: “Essa luta é minha, nem você Master se intrometa, nem você Jeff ouse atacá-lo antes de lutar comigo.”.
Não entendi muito bem a situação mas aquela missão ainda era minha. Guurg terminava sua frase quando Jeff reiniciou seus ataques.
Em velocidade frenética ele avançou, mas pela primeira vez demonstrou surpresa. Na verdade não pude ver nada além disso pois fui atingido em cheio por Guurg na face. Meus óculos caíram.
O que estava acontecendo? Era uma armadilha para mim?
De olhos fechados não sabia o que estava acontecendo. Achei que ia morrer quando senti aquelas mãos segurarem minha face. Houve um grito.
“Abra os olhos agora!”
Imediatamente abri-os, no momento exato em que Jeff estava tão próximo que podia sentir aquele frio que emanava dele.
Novamente a sensação de me sentir um monstro. Jeff ao se deparar com meus olhos,hesitou. Pulou para trás o suficiente para sumir na escuridão proclamando suas últimas palavras.
“Ele não. Não pode ser. Saia. Saia. Vá dormir.”
Guurg me deu meus óculos de volta. Pediu desculpas pela estratégia improvisada. Eu realmente estava feliz em tê-lo como amigo. Só minha interferência não era muito referencial para uma luta contra ele.
“Então Master Hunter, para onde estamos indo mesmo?”

“Para a Fundação SCP, nosso novo lar.”

2 comentários:

  1. Eu gelei, cada paragrafo mais empolgante que o outro! E esse misterio de saber melhor quem ou o que se tornou MH? Sensacional!

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  2. Daora a luta, pena que foi rápida. Senti uma nostalgia lendo isso, igual a que eu sinto quando vejo DRagon Ball, kkk

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