sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

O Paradoxo do Caçador parte final

Não demorou muito o procedimento cirúrgico do Dood, afinal nem precisou de anestesias. No meu caso foi um pouco mais complicado devido a grande perda de sangue. Acordei algum tempo depois e vi uma face familiar próxima a mim. Era Dood, só que parecendo gente desse vez! Ele chegou perto e me agradeceu pelo rim, do seu jeito bem cientifico e em seguida se retirou do quarto. Parei para pensar, na luta com Eyeless Jack em momento algum eu usei a interferência nem nenhuma outra habilidade da doença. Isso era estranho. Aquela habilidade era minha única chance de fazer algo em uma luta e dessa vez nem me lembrei dela.
Meus pensamentos foram interrompidos com a entrada de Dark no quarto. Ele parecia sempre empolgado e com respostas para tudo. Conversamos um pouco sobre algum assunto qualquer, e tudo estava indo até bem demais, até que as luzes vermelhas se acenderam. Algo estava acontecendo. Num impulso rápido me levantei da cama para ver o que estava acontecendo e mais rápido que eu tinha sido Dark em me segurar para não fugir.
Ele falou que eu não devia me esforçar, mas consegui convencê-lo a me levar até a confusão. Qual não foi minha surpresa em achar Dood envolvido no meio dos gritos, ao que me lembro ele parecia tentar abrir algum SCP perigoso. Pedi para falar com ele e em novo tom ele me respondia:
“Dood, que tá acontecendo?” perguntei.
“Calado, agora eu posso fazer tudo que eu quero e vou encerrar essa organização de uma vez, você não tem condições de me impedir!” respondeu prontamente. Aquele era o real Dood.
“Olha aqui, tem um pedaço meu em você e não quero que ele seja envolvido nas suas obras malignas!” Eu sei, a frase foi péssima, mas pra um cara que havia perdido sangue, foi o melhor que saiu.
Por pior que fosse a situação, todos esboçaram um sorriso.
“Parece que você tem um método bem diferente de conseguir as coisas agente Hunter!” Dood respondeu. Ele podia ser o pior de todos, mas sua característica chave era a ética, uma ética de quem a aprendeu da pior forma. “Ok, vamos providenciar sua cura!”.
Ele mencionou algo como Bomba de Radiação Extrema,e como sempre em seguida comecei a desfalecer novamente.
Tive alguns lapsos de lucidez em que pude ouvir frases como:
“Ele não vai aguentar.”
“Chamem o resto da equipe.”
“Perdemos ele...”
Pude abrir meus olhos, ou melhor meu olho. Não sentia metade da minha face, como se ela não estivesse lá. Do outro lado via Dood com um olhar preocupado.
Consegui ler seus lábios e o percebi dizendo algo como: “Tem que ser agora senão não tem mais volta.”.
Queria saber o significado daquilo, mas logo percebi que meu corpo estava amarrado a uma maca que se erguia à vertical me deixando ereto.
A próxima coisa que me lembro eram flashes rápidos e muito claros de luzes coloridas, ruídos, sentia como se fosse explodir de tanta pressão.
Do nada tudo parou e pude voltar a enxergar. Havia uma névoa densa que começou a desaparecer como se estivesse sendo sugada por meus olhos.
Pude ver Dood e ao seu lado o Diretor da SCP com um sorriso de canto de boca.
Dood me fez um gesto para retirar os óculos. Acho que ele não tinha noção do perigo que aquilo representava, mas ainda assim o fiz. Nada aconteceu, eu podia ficar sem os óculos!
Espera aí, eu não sabia como ativar a interferência, ela estava lá e saia quando eu ficava de olhos nus. E o pior é que parecia que isso era o que o Diretor queria.
Passamos alguns minutos falando sobre isso e a sua ultima frase chocou a todos os presentes:
“Então agente, pelo visto você não pode fazer mais sua mágica, portanto não pode atuar em campo. Não me resta muito a fazer.”.

Todos nos entreolhamos por alguns minutos, até que ele com um sorriso desferiu suas palavras finais:

“Arrume suas malas, você está voltando para casa!”.


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