sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

# HOME 14: Reset

Não podia ser verdade aquilo. Ia começar nesse momento? Com certeza tinha sido o momento que o sensor tinha sido posto em mim. Só podia!
O que fazer?
Gritei para as pessoas correrem o mais rápido que pudessem e eu fiz o mesmo. De relance pude ver que o professor estava paralisado com uma cara de espanto, surpresa e alegria ao mesmo tempo. A essa altura do campeonato o Slender já estava a cerca de 30 metros do professor. Gritei para ele correr logo e sair dali, mas além dele não se mover quem se virou para mim foi o Slender.
Orion, Master Hunter, seja lá quem eu fosse, precisava agir e rápido. Respirei fundo e iniciei minha investida contra ele. Corri com todas as forças que me eram concedidas pela velha capacidade de meu corpo. Dei um grito em direção a ele. Acho que no fundo esperava que a interferência aparecesse naquele momento. Ele se virou para mim. Me lancei num salto e logo fui alcançado ainda no ar por um de seus tentáculos. Podia ver muitos já caídos ao chão, tentando se erguer com sangramentos, outros já desmaiados. O professor já estava inconsciente nesse momento. Éramos só nós dois. Mas pelo visto não duraria muito.
Encarei seu “rosto” por alguns segundos e senti aquele chiado aumentando em meu ouvido. Era meu fim. Era o fim para todos.


Acordo.
Me sinto desnorteado, mas me levanto. Algo estranho aconteceu. Está de noite. Estou com a mesma roupa surrada do dia do grande encontro. A marca de sangue está recente, úmida. Não era possível. Toda a minha aventura. Tudo que eu havia me tornado. Foi tudo uma ilusão, uma alucinação da minha cabeça em resposta ao medo e a pancada. Me sentia apenas normal. Um pouco frustrado em pensar que tudo foi tão real, mas também pensar que minha imaginação tinha se superado dessa vez.
Me sento no chão, choro um  pouco de alívio e decido voltar para casa. Vou tirar minha prova agora, decidi mudar minha rota para o Burnhills. Será que Anna existia e se sim, se estava lá? Chego e sou muito bem recebido. Ninguém age como se eu tivesse sido paciente de lá. Pergunto por Anna. Eles dizem que vão me levar até onde ela está. Ela existe, pode ser um bom sinal.
No caminho até o quarto, pergunto sobre ela como um conhecido. Eles comentam que o caso foi a televisão, o caso da garota gênio que havia sido internada por seus pais. Era isso! Eu não tinha criado ela. Em algum ponto do meu subconsciente eu havia armazenado a noticia que tinha sido transmitida pela TV.
Entrei no quarto e a olhei. Era ela mesmo. Encarei-a com um olhar de “se ela soubesse o que passou na minha cabeça”. Ela não abre a boca um momento nem olha para mim. Os enfermeiros não saiam do quarto, como numa escolta. Passei cerca de 5 minutos a olhando e logo eles disseram que o tempo da visita já havia se esgotado. Um deles abriu a porta e pôs a mão sobre meu ombro. Resolvi arriscar.
“Anna, lembra de mim?”
Lentamente sua cabeça se ergueu, um olhar apático me encarou. E tudo realmente era minha imaginação. Me virei de costas e caminhei para fora. Acompanhei o movimento da porta fechando e aquele olhar morto me seguindo. Nos últimos 5cm de porta aberta veio o sinal. Uma rápida piscada de olho, seguida da mordida de lábios que ela sempre me dava quando sabia que eu precisava dela.
Aquilo definitivamente não tinha passado na TV. De qualquer forma precisava voltar para casa. Me apressei em chegar logo e reencontrar minha família. Contar a eles toda a loucura que meus sonhos me deram.
Chego em casa e abro a porta. Chamo por eles mas não houve resposta, acho que saíram.
Chego na sala de jantar para encontrar a pior cena da minha vida.
Toda minha família estava morta. Todos com cortes pelos corpos espalhados. Cada um em sua cadeira de jantar habitual.
Na parede escrito com o sangue havia:


“Agora só falta você ir dormir!”

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