sexta-feira, 1 de agosto de 2014

# PROXY 23: Sempre um novo problema

Red ficou espantada com o que havia acabado de ler. Me encarou por alguns minutos e perguntou o porque de eu estar então contra minha própria equipe. Anotando num papel expliquei a ela que estava sem meus poderes quando os Proxys me resgataram e que eu precisava daquele tempo para reestabelecer minha habilidade e voltar aos Caçadores.
Ela me olhava tentando entender o que tudo aquilo significava enquanto eu escrevia mais. Lembro que minha ultima anotação a fez largar o papel.
Na anotação eu mencionava os roubos aos hospícios, os Holders e o que poderia acontecer ao mundo.
Ela me segurou o rosto e falou: “Não me importa pra onde essa loucura vai te levar ou o que vai acontecer, eu não vou abandonar minha única família por nada!”.
Olhar para ela me fazia me perguntar o que havia acontecido com ela todos aqueles anos de distancia e ao mesmo tempo me trazia uma nova motivação para viver. Falando em viver, meu corpo me incomodava. A ausência de um olho e minha boca me faziam me assustar com meu novo eu, e me faziam  passar mais tempo com a máscara, mesmo quando só. Para completar minhas costas tinham duas queimaduras circulares da largura de um cano de pequeno calibre, no exato lugar onde eu tinha visto os tentáculos. Ou eu estava me tornando a pessoa mais forte do mundo ou a pessoa mais miserável de todas.
Algumas semanas se passaram e eu continuava a treinar arduamente. Tinha aumentado a carga do treino. Passava cerca de 1 hora isolado com minhas habilidades e estava já com certo controle sobre elas. Pela minha ação no dia da batalha os outros proxys já tinham mais confiança em mim. Uma única coisa me preocupava: Certa hora todas as noites muito sono me tomava e eu rapidamente dormia, e sempre acordava num cômodo diferente do hospital. Perguntei a Red, mas ela não havia percebido nada.
Certa noite algo mais que inesperado aconteceu: Alguns jovens se dirigiram ao hospital para caçar assombrações e gravar vídeos de terror. Os holloweds não estavam naquele dia. Run, Sick e Distort haviam percebido a presença dos jovens chegando. Na verdade não foi muito difícil com todas aquelas lanternas e gritaria. Precisava agora impedir que eles fizessem algo contra os jovens. Escrevi para Red filmar todos os meus passos a distancia e então fui atrás dos outros que já estavam se posicionando para atacar os visitantes. Os momentos seguintes foram muito rápidos para descrever com detalhes, mas a única coisa que me lembro é de ver alguns jovens entrando no hospital e eu avançando neles tentando os assustar para que fugissem e em seguida apagando.
Fui acordado com tapas na cara por Red. Ela estava chorando. O que havia acontecido? Ela não parava de falar: “Por que você fez isso? Por que?”. Fui procurar minha caneta e papel para tentar entender a situação, mas ela me acertou um chute na cara. Naquele momento percebi que minhas mãos estavam atadas. Ela não me deu muito tempo para pensar e me mostrou a gravação do ocorrido.
Aparecia o momento em que eu tentava assustar os jovens e em seguida cai no chão. Os jovens me cercavam se perguntando o que era aquilo. Rapidamente os outros proxys apareceram e cercaram os jovens, quando começaram a usar suas habilidades meu corpo se ergueu por trás deles e rapidamente com uma das lanternas eu avançava direcionando a luz nos olhos dos proxys e em seguida destruindo qualquer fonte de luz tornando tudo em escuridão. Em seguida o gravador foi transferido para o modo noturno, tornando visível todos novamente. Só me via atacando a todos, tanto os jovens, quanto os proxys. O fim da gravação mostrava os jovens indo embora, segurando alguns nos braços ou nas costas. Quanto aos proxys estavam bem machucados, todos desmaiados no chão. Rapidamente o gravador começa a ter uma interferência e a ultima cena sou eu aparecendo do nada em frente a Red e o gravador desligando.
Ela rapidamente levantou a manga do seu casaco revelando o machucado em seu braço. Ela disse que eu tinha feito aquilo segundos antes de apagar novamente.
Novo problema, eu não tinha mais controle sobre mim.


Nenhum comentário:

Postar um comentário